Que perda de tempo.
Tirei a tarde desse sábado para participar da mobilização na Lagoa da Conceição contra o novo Plano Diretor proposto pela prefeitura da cidade. Esperava encontrar por lá amigos das antigas, surfistas, pescadores, velejadores, skatistas, voadores, músicos e artistas...
Aliás, esperava encontrar muito mais gente, de tudo um pouco, a malucada do centrinho, os caretas das rendeiras, os avaianos, os alvinegros. Até o querido Waldyr Agostinho, ilustre morador da Barra por lá não passou (pelo menos não vi)...
E não foi o céu carrancudo nem mesmo uma chuvinha fina que sequer molhava o asfalto que impediu a participação muito maior dos moradores, freqüentadores e apaixonados pela Lagoa em frente ao seu terminal de ônibus.
É, a Lagoa cantada em verso e prosa pelo poeta Zininho em seu Rancho de Amor a Ilha está, sabemos, abandonada faz tempo. Não há lideranças. Entidades existem aos montes. Não cabem nos dedos das mãos. Cada uma com os seus interesses. Assim, nada realmente pode andar e dar certo.
Participaram desse encontro cerca de quatrocentas pessoas... vai lá, sendo bem otimista, quinhentas. É muito pouco. Quase nada. Beira o ridículo. Que mobilização foi essa? Onde estão todos? Será que vamos esperar que as coisas piorem para nos articularmos?
Ando cansado de ouvir dos mais antigos que os bons tempos da Lagoa foram nos anos 70. Vivi na lagoa e curti os anos 80 e 90 (meu filho nasceu aqui) e nesses últimos anos tudo vem se deteriorando a passos largos. Onde estão os ilhéus, onde está o nosso povo? Não acredito que a manezada vai se manter omissa nesse delicado momento. Depois não poderemos reclamar dos políticos que ajudamos a eleger.
Vi nessa tarde cinzenta de sábado a presença dos muitos ditos ‘haoles’. Gente vinda de fora, de grandes centros já despedaçados. Essas pessoas sabem muito bem o que é viver num lugar degradado, com trânsito caótico, com roubos, vagabundagem, associadas ao lixo e as drogas. O passado não pode se repetir no presente...
Além de poucas pessoas, da falta de lideranças, da omissão do nosso povo e da falta de direcionamento, a sensação é que estamos sim perdidos. E quem deve estar rindo a toa de toda essa falta de interesse e articulação são os nossos governantes, os políticos, os empreiteiros e donos de construtoras. Não irá demorar muito para descermos o morro das sete curvas a caminho das praias da Joaquina, Mole, Galheta, Barra e depararmos com prédios de até seis andares por todos os lados. Aí, será tarde. Muito tarde.
Essa é uma triste realidade que está em nossa porta...
E como diz a letra da música Assoreou do Dazaranha: "Da renda faziam vestidos que a noite encantavam os sentidos. Um oceano, um mirante, um sorriso que essa ilha não pode perder."
Tirei a tarde desse sábado para participar da mobilização na Lagoa da Conceição contra o novo Plano Diretor proposto pela prefeitura da cidade. Esperava encontrar por lá amigos das antigas, surfistas, pescadores, velejadores, skatistas, voadores, músicos e artistas...
Aliás, esperava encontrar muito mais gente, de tudo um pouco, a malucada do centrinho, os caretas das rendeiras, os avaianos, os alvinegros. Até o querido Waldyr Agostinho, ilustre morador da Barra por lá não passou (pelo menos não vi)...
E não foi o céu carrancudo nem mesmo uma chuvinha fina que sequer molhava o asfalto que impediu a participação muito maior dos moradores, freqüentadores e apaixonados pela Lagoa em frente ao seu terminal de ônibus.
É, a Lagoa cantada em verso e prosa pelo poeta Zininho em seu Rancho de Amor a Ilha está, sabemos, abandonada faz tempo. Não há lideranças. Entidades existem aos montes. Não cabem nos dedos das mãos. Cada uma com os seus interesses. Assim, nada realmente pode andar e dar certo.
Participaram desse encontro cerca de quatrocentas pessoas... vai lá, sendo bem otimista, quinhentas. É muito pouco. Quase nada. Beira o ridículo. Que mobilização foi essa? Onde estão todos? Será que vamos esperar que as coisas piorem para nos articularmos?
Ando cansado de ouvir dos mais antigos que os bons tempos da Lagoa foram nos anos 70. Vivi na lagoa e curti os anos 80 e 90 (meu filho nasceu aqui) e nesses últimos anos tudo vem se deteriorando a passos largos. Onde estão os ilhéus, onde está o nosso povo? Não acredito que a manezada vai se manter omissa nesse delicado momento. Depois não poderemos reclamar dos políticos que ajudamos a eleger.
Vi nessa tarde cinzenta de sábado a presença dos muitos ditos ‘haoles’. Gente vinda de fora, de grandes centros já despedaçados. Essas pessoas sabem muito bem o que é viver num lugar degradado, com trânsito caótico, com roubos, vagabundagem, associadas ao lixo e as drogas. O passado não pode se repetir no presente...
Além de poucas pessoas, da falta de lideranças, da omissão do nosso povo e da falta de direcionamento, a sensação é que estamos sim perdidos. E quem deve estar rindo a toa de toda essa falta de interesse e articulação são os nossos governantes, os políticos, os empreiteiros e donos de construtoras. Não irá demorar muito para descermos o morro das sete curvas a caminho das praias da Joaquina, Mole, Galheta, Barra e depararmos com prédios de até seis andares por todos os lados. Aí, será tarde. Muito tarde.
Essa é uma triste realidade que está em nossa porta...
E como diz a letra da música Assoreou do Dazaranha: "Da renda faziam vestidos que a noite encantavam os sentidos. Um oceano, um mirante, um sorriso que essa ilha não pode perder."
7 comentários:
parabens pelo texto maurio...
infelizmente se nada for feito floripa vai virar uma mistura de rj(trafico poder paralelo) sp (transito) e nordeste ...
e a camara de vereadores que maravilha a serviço do capitalismo...
aloha
daniel
Lamentável Maurio!
Mas o brasileiro ( ao menos grande parte ) são assim, acomodados. Quando ta ruim ou vai ficar ruim, costumamos falar e reclamar. Porém fazer algo para mudar... nada!
Falta atitude! Infelizmente.
Abraço,
Lucas S. Furghestti
charlezi espanha,politica maurio,se aproveitam dos manezinhos,construindo em todas as partes,e destruindo um dos maiores patrimonio que a natureza criou,sofro muito quando estou ai e vejo este crescimento descontrolado,e pergunto aonde estao os politicos que tanto amam esta ilha,ajudenos. parabens maurio borges,sempre maurio
Sabe aquela pesquisa que passou no Fantastico, que perguntava sobre a construçao de um prédio em uma ilha artificial na Lagoa? Pois então, o que voce acaba de relatar nesse post, comprova que a pesquisa tá certa. Apontava que 41% aprovaram a ideia, 12% foram contra e 46% não estavam nem aí. E se esses 12% tivessem grana pra comprar um ap nesse prédio? Garanto que caia pra 1% ou menos. Masi informações sobre a pesquisa:
http://noticias.pozagora.com.br/noticias/aprovacao-de-ilha-artificial-na-lagoa-da-conceicao-em-florianopolis-preocupa.html
aonde estão os politicos????
me pergunto aonde está o povo!!
A corrupção é consequencia da falta de mobilização e iniciativa de nos todos. A memória é fraca e a preguiça de sair do conforto da sua casa é grande. É muito mais facil criar emails, escrever coisas na internet, cirar PETIÇOES ON LINE recolhendo "assinaturas" do que sair pra rua e fazer acontecer. Não esquecam da revolta da catraca e do protesto do passe livre. Muitos foram as ruas, e ao inves de receberem apoio, aqueles que antes lutavam contra a ditadura ficaram em casa reclamando dos "JOVENS BADERNEIROS", hoje temos uma das passagens mais caras do pais. A mesma coisa vai acontecer com a ilha. Daqui alguns anos estaremos falando pros nossos filhos e netos "A ME LEMBRO MUITO BEM DA NOSSA ILHA, COMO ERA BONITA, COMO ISSO FOI ACONTECER" POIS EU TE RESPONDO COMO ACONTECEU, VOCE FICOU EM CASA PARADO OLHANDO ACONTECER!! TEM QUE QUEBRAR TUDO AGORA PRA QUE AGENTE GARANTA UM FUTURO DECENTE! ATE QUANDO VAI SER ASSIM, CADE O ESPIRITO E O ORGULHO DO MANEZINHO PORRA
Se fosse sair um presídio no local
teria gente saindo pelo ladrão a protestar,pois prejudicaria a todos.
como e para "valorizar".
Só se manifesta o consciente.
O resto só quer verdinhas.
Maurio,
É verdade que poucos se mobilizaram para o bem de todos.
Mesmo assim, participar da manifestação de Sábado passado foi uma experiência incrível, o que testemunhei foi algo ímpar e muito emocionante. Um encontro de gerações e tribos, todos participando sem incentivos circenses já que não haviam apresentações de bandas, cantores ou nenhum "famoso" presente.
As pessoas, que apesar de poucas, não se reuniram por melhores salários ou nenhum benefício e sim por uma causa comum, pensando no futuro da cidade e na injustiça a ser cometida por aqueles que acreditam serem donos do poder.
Testemunhar um povo saindo da inércia passiva que nos torna quase um gado nas mãos dos detentores do poder público, isso emociona. Mesmo que muito poucos, os que lá estiveram experimentaram o sabor do poder DO público e isso pode ser contagiante e viciante.
Esperamos poder contar contigo para continuar a divulgar a causa aproveitando para pedir a seus leitores que ao menos assinem nosso abaixo assinado contra esse absurdo no site salvealagoa.org.br
Grato,
Renato
Salve a Lagoa
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