segunda-feira, maio 28

Num simples clique...

Arte: Wade Koniakowsky
Essa não é nenhuma novidade. A internet nos leva a um mundo mágico! Pra quem é fissurado em surfe, então... Dias desses numa tarde fria e sem ondas fiquei viajando pelo mundo através do “Google Earth” em busca de picos que só conheço através de fotos em revistas ou através das imagens em filmes de surfe.

Sabe, sinceramente, viajar não me faz falta. Porém conheço e admiro essa gente que economiza tudo o que pode durante anos e vive quase que exclusivamente em busca de colocar os pés na estrada.

Há muitos anos, depois de uma tarde de boas ondas, enquanto voltava para casa na companhia do jornalista e surfista Fred D’Orey, inveterado viajante, conversávamos sobre ondas, barcas e roubadas em suas surf-trips.

Meu camarada ficou surpreso quando mencionei que não despertava interesse em viajar. Disse a ele que sou muito ligado aos meus pais, minha casa, meus filhos e a minha terra. O meu prazer, o que me move, é passar diariamente a ponte, subir o morro da Lagoa, conferir o visual lá do alto, o sol, o mar, e que eu não trocava esses momentos por nada desse mundo.

Fred não acreditou que um cara como eu, envolvido com surfe, nunca havia tirado os pés aqui da terrinha. Terminou a conversa me dizendo que o mundo é um livro, e que quem não viaja, não vira sequer uma página, e que viajando encontramos nossos pedaços pelo mundo.

Na última edição da Revista Fluir – especial viagens – encontrei nas últimas páginas, informações sobre o livro que também se tornou dvd, “Sipping Jetstreams”, produzido pela dupla Taylor Steele e Dustin Humphrey. O material com imagens de altíssima qualidade é na verdade uma compilação de anos de estrada ao redor do mundo dos renomados videomaker e fotografo. Um pacote que merece lugar de destaque na prateleira de qualquer surfista, como menciona o editor da Fluir Adrian Kojin.

No último domingo, novamente viajando pela internet, encontrei arte, cultura, e um mundo de informações bacanas sem precisar sair do conforto da minha casa e sem gastar um centavo sequer. Na página waveridersgallery conhecimento ao nosso alcance.

Assim, fácil, como num simples clique...

sábado, maio 26

Surfigueira, Surfigueira...

Figueira... Figueira...
A tua glória é lutar
E a tua vitória
Tanta alegria nos dá

Tu és o mais querido
És um colosso, és forte, de fato...
Vamos, meu Figueirense
Vencer esse campeonato...

Eu sei que esse blog foi criado pra falar de surfe.
Mas é que esse momento é especial.

Atravessamos uma arrebentação cascuda e conseguimos chegar lá fora...
Ganhamos o respeito do crowd.
Encaramos o glorioso no maior do mundo e tivemos mais sorte que juízo.
Além de uma, ou seriam duas(!?) ajudinhas da bandeirinha (eh!eh!)...

Agora não dá pra amarelar.
É remar forte, botar pra baixo na maior da série, colocar no trilho e sair junto com o spray...

A Surfigueira vai invadir o Maraca...

segunda-feira, maio 21

Siga o manual de instruções...




1 – Respire fundo.
2 – Ajeite-se confortavelmente na cadeira.
3 – Esfregue uma mão na outra.
4 – Agora, aperte o play.
5 – Deixe o vídeo rolar na integra.
6 – Atenção: Não pisque por nada.
7 – Aperte o play novamente e perceba como se anda lá dentro.
8 – Feche os olhos por alguns segundos e sorria.
9 – Lembre-se que você é um simples mortal.
10 – Então, ligue já para o seu camarada e conte o que viu.

Ah, e tenha uma boa semana...

O conflito dos Tainhas...

É época da pesca da Tainha no litoral catarinense!
Praias fechadas. O surfe está proibido.
Mas, espera aí... Quem disse?

O designer Murilo Graf, irmão do surfista Tainha, local da praia do Santinho, nos mandou a sua visão do conflito...

E aí, quem é que manda no pico durante esses dois meses?

sexta-feira, maio 18

Como dois mais dois...

A etapa de Teahupoo já é coisa do passado. Recente, mas é. A quantidade diária de informações que pipocam na tela dos nossos computadores via internet confirma minha afirmação e impressiona. Amanhã ou depois um outro campeonato pelo mundo já será notícia. E pensar que há pouco tempo atrás ficávamos dias, meses, esperando por alguma novidade que só chegava publicada nas páginas dos jornais Staff e Now (que saudade) ou nas revistas especializadas.

Acabei não assistindo a bateria final já que estava no jogo do Figueira pela Copa do Brasil. Mas tive a oportunidade de conferir hoje pela Sportv algumas ondas do confronto que fechou o Billabong Pro, vencido pelo norte americano Damien Hobgood.

Umas poucas linhas aqui para comentar a cobertura realizada pela Sportv: Sinceramente, durante a semana, não deu para aturar a inexperiência da apresentadora e os comentários do Ricardo Tatuí no canal mais vezes campeão. Fica provado que nem sempre um bom surfista sabe se expressar, mesmo quando o assunto é surfe. Além do pouco conteúdo e vocabulário limitado, o niteroiense com seu “carioquês” afinadíssimo, errou em todas as suas previsões de notas. Tatuí deveria aproveitar essa oportunidade dada pela Sportv e também fazer um curso intensivo de juiz, pois como comentarista, definitivamente não dá.

De volta pra água. O tubo nota 10 do Fanning foi e-s-p-et-a-c-u-l-a-r. Profundo. Um drop no limite, uma ajeitada no corpo, prancha no trilho, tudo numa velocidade absurda e sem oferecer a menor chance para o erro. E ele andou m-u-i-t-o lá dentro. E de back! Mick mostrou que está afiado, centrado, e é sem dúvida o cara a ser batido nesse início de temporada.

Mas os melhores momentos nesse Teahupoo morno de 2007, aconteceram na penúltima bateria das oitavas e na última das quartas de final. De um lado o australiano Taj Burrow brigando para não perder Fanning de vista. Do outro, Cory Lopez buscando seu melhor resultado até o momento no Tour.

Foram trinta e cinco minutos de surfe da melhor qualidade. Taj abriu a disputa com um 9,33. Lopez respondeu com dois tubaços. Suas notas: 9,33 e 8,33. Taj ainda fez um 8,17 mas não conseguiu encostar. Após avançar nas oitavas, Lopez foi derrotado pelo australiano Kai Otton nas quartas-de-final, também num duelo duríssimo e bem equilibrado.

O mais impressionante foi assistir Cory Lopez (na foto no alto) totalmente à vontade dentro d’água nesses dois confrontos. Despencar na ponta dos pés nas esquerdas rápidas de Teahupoo e acelerar dentro dos barrel’s com tamanha facilidade não é pra qualquer um – e a sensação que ficou foi que tudo parecia ser muito simples, fácil, assim como dois mais dois...

quarta-feira, maio 16

Quarta nobre...

E não é que o mar subiu de segunda pra terça-feira. Havia mesmo a indicação de ondas reagindo nesse início da semana, porém poucos, ou quase ninguém, inclusive eu, esperavam por ondas acima dos 2,5m nas praias do litoral catarinense.

Uma pena foi que a ondulação de sul veio acompanhada do forte vento sul, pelo menos no período da manhã, deixando o outside das praias do leste da ilha Joaca, Mole e Galheta, vazios com ondas bem irregulares. Muita gente me ligou durante o dia afim de saber onde estavam rolando as melhores condições. Numa conversa com o paraibano Fabio Gouveia, fiquei sabendo que entre o Riozinho e o Campeche ondas um pouco balançadas mas bem tubulares foram surfadas. Apesar do crowd foi a melhor opção pela manhã.

Ao longo do dia o vento sul parou e o mar logo se ajeitou. No canto direito da Mole, conhecido como Gravatá (foto), ondas pesadas entre 2,5 e 3,0m foram dropadas por uma meia-dúzia de locais. As direitas entravam lá fora, alinhadas, com muita pressão. Naquelas condições, botar prá baixo só mesmo com uma boa remada, prancha maior e dose extra de disposição.

Já pelas praias do continente a laje no Silveira proporcionou surfe de responsa e a praia central de Navegantes foi opção para um surfe em ondas menores. Hoje o mar acordou agitado com ondas de 1,5m de boa consistência e vento norte soprando. Mais um dia de surfe de norte a sul do nosso litoral com ondas alinhadas e as maiores da série fechando como uma guilhotina.

E por falar em guilhotina, é hoje, lá pras bandas da terra dos crânios quebrados que a geripoca vai piá na decisão da tão aguardada terceira etapa do CT. É grande a expectativa por todos: atletas, organização e membros da imprensa pela subida do mar em Teahupoo, afinal a etapa mais cascuda do mundial ainda não empolgou. A transmissão on line, por outro lado tem sido muito divertida com a dupla Hickel e Perdigão.

Uma quarta-feira nobre com surfe ao vivo direto do Tahiti, on line à partir das 17h. Jogo as minhas fichas no Cory Lopez que enfrenta pelas quartas-de-final Kai Otton. Sua bateria contra Taj Burrow nas oitavas, foi uma aula em tubos profundos. Ah, ia me esquecendo, nessa quarta-feira nobre tem futebol da "melhor qualidade" com o meu Figueira pela Copa do Brasil. Atropela Surfigueira...

domingo, maio 13

Um beijo pra elas...

Final de semana com uma frente fria em deslocamento pelo sul do País. O sábado foi de céu claro, sol e boas ondas em diversos picos do litoral brasileiro. Aqui em Floripa, Joaca, Mole, Galheta e o Moçambique quebraram de gala. Esquerdas longas e bem manobráveis, além de direitas rápidas e tubulares. Quem foi pro surfe pela manhã não tem do que reclamar.

Pra quem se amarra no esporte bretão, começou o brasileirão 2007. E o meu Figueira começou bem tomando uma "biabada" de 6 x 3 do Atlético Paranaense em pleno Scarpellão. E eu estava lá... Que dureza! Parece placar de jogo de tênis. Melhor não lembrar. Espero que na próxima quarta-feira, na Copa do Brasil, contra o Botafogo, meu time não dê tanto mole...

Tive olhando na Net e a previsão é de um domingão de chuva, vento sul e temperaturas em declínio para toda região sul. Agora tem um friozinho lá fora e pela fresta do janelão aqui de casa o vento entra assoviando e a cortina não para de balançar. A temperatura é de uns 10ºC.

Amanhã com o mar em transformação sou obrigado a fazer uma média com a patroa, afinal é o seu dia. O Alohapaziada deseja à todas as mães mundo afora um domingão especial...

quinta-feira, maio 10

Elas sumiram...

Mais um dia com tudo parado lá no Tahiti.

Mais um dia de marolas em Teahupoo. Já são 5 dias sem boas ondas, numa janela que começou no dia 4 e se estende até o dia 14 de maio. Vale lembrar que a primeira fase do Billabong Pro foi disputada em ondas cascudas, porém longe das condições ideais.

Ah, se fosse aqui no Brasil...
O que ia ter de top reinando, louco para ir embora... Com certeza muitos já estariam olhando atravessado para os organizadores.

Como me disse Xandi Fontes, da Fecasurf, lá em Imbituba durante o Nova Schin Festival: é uma pressão...

terça-feira, maio 8

Saudades da minha Wavetoon...

0 camarada Kadu, lá dos Pampas, deve estar amarradão. Com seus desenhos originais e cartoons criativos vem ganhando o mundo. Foi destaque no Tracks, mencionado no programa Fazendo Fumaça no site rádiosurf e agora, o editor Pedro Adão do blogue português Ondas rendeu-se a magia da “Ilha do Bem”.

Pêra aí, não entendeu nada? Eu explico. Analisei minunciosamente a (imagem acima) e conferi os aspectos, digamos, geográficos, dessa ilha paradisíaca. Cadeia montanhosa que protege as praias do leste dos ventos fortes. Dunas têm poucas é verdade. Mas o visual bucólico das praias no lado sul repletas de boas opções pro surfe é de tirar o folego. Tem até um point-break com direitas perfeitas.

Ainda bem que eu não vi pontes ligando a ilha ao continente, nem rodoviária e muito menos aeroporto. Isso é um bom prenúncio. O problema é que Wavetoon já está na boca do povo e os haoles não demoram chegar...

Será que por lá existem pessoas vindas de outras cidades que menosprezam e pouco respeitam a cultura local? Será que por lá existem empresários irresponsáveis que detonam áreas de preservação com construções irregulares apoiados por políticos inescrupulosos e despreocupados com as questões ambientais?

Ao olhar Wavetoon do alto por pouco não chorei de saudades... Percebi que o lugar é sim maravilhoso, alegre e divertido, com muito verde, sem poluição, com poucos carros nas ruas e nenhuma violência. Não pude evitar a comparação com uma ilha muito parecida, um pouco mais conhecida e já totalmente crowdeada no Atlântico Sul.

Aí Kadu, daqui vai o meu recado: Não deixe Wavetoon crescer. Não deixe sua Wavetoon se perder e descaracterizar. Mande logo embora aqueles que chegarem cheios de “boas intenções”. E se precisar de um surf-repórter para a rádio local é só avisar aqui no Alohapaziada.

Viva Wavetoon...

segunda-feira, maio 7

Qualquer semelhança é...

O mês de maio começou movimentado. Quando pensei em escrever sobre o período da pesca da tainha que acontece de maio a julho aqui no litoral catarinene, encontrei um texto bacana do Gustavo Otto no surf4ever.

Três dias atrás pensei em escrever sobre os artistas do surfe. Gente que gosta de passar o astral que envolve o mundo das ondas para as telas, papel, camisetas, paredes e pranchas. Ia, inclusive, citar de exemplo os simpáticos blogues Wavetoon e Toratoon. Mas num piscar de olhos lá estava o Wavetoon como destaque no Tracks. Que gente rápida, não?

Murilo Graf é um dos artistas mais talentosos que conheço. Surfista veterano é dele o desenho (aí no topo) do Alohapaziada. Acho que as grandes marcas do segmento poderiam utilizar os serviços desses profissionais para desenvolver suas novas coleções.

A revista Hardcore tem estampado ultimamente em suas páginas alguns desenhos desses verdadeiros artistas que conseguem captar toda a essência do surfe abrindo a oportunidade de novos negócios e concepções.

Eu, particularmente, não consigo ver a mínima graça nessa "tendência" que hoje impera nas coleções de roupas das principais marcas de surfwear. São bermudas furadas, remendadas, camisetas grafitadas, sujas, bordadas com estampas gigantescas e geralmente cafonas. O pior é que todas as marcas estão copiando, e mal, o estilo "gringo" da Quiksilver International.

Moda surfe associada às coisas da noite? Taí mais uma típica demonstração da visão míope dos empresários tupiniquins sem areia salgada nos pés... O que funciona lá nos "istaites" não necessáriamente cabe para os nossos padrões tropicais. O surfe não é noite. Surfe é dia, praia e sol.

Pensem nisso...

sexta-feira, maio 4

Saquá para poucos...

Manhã de sexta-feira, 4 de maio, com ondas balançadas mas surfáveis, na casa de 1,0m na praia de Itaúna, Saquarema. Entre os catarinenses, Guga Arruda e Marco Polo seguem vivos no Supersurf. Raphael Becker, Jean da Silva e Thiago Bianchinni dançaram na segunda fase.

Vale conferir nesse terceiro round, os duelos entre Guga Arruda e o carioca Gustavo Fernandes que também se enfrentaram numa disputa com resultado polêmico, e muito contestado pelo catarinense, na praia da Ferrugem durante a etapa de abertura. Pode ser a hora do troco para o Ilhéu.

Outro “embate” que promete muita emoção é na verdade um “clássico da Abrasp” e envolve duas cobras criadas no circuito nacional. Pedro Muller enfrenta Fabinho Gouveia, reeditando confronto que também rolou na Ferrugem.

Se Itaúna é para a mídia - leia-se jornalistas especializados - o Maracanã do surfe, acho essa expressão muito caída, urgh! Então, Fabinho e Pedro Muller fazem o Clássico Vovô do Brasileirão numa espécie de Fluminense Vs Botafogo. Não é novidade que de uns tempos pra cá, tanto no futebol como no surfe o público nos eventos está muito abaixo do esperado. E bonito mesmo é assistir um clássico com casa cheia...

quinta-feira, maio 3

Com brevê vencido...

Atenção passageiros, apertem o cinto. A viagem já começou...
Bruce reconhecendo a área em aterrissagem forçada.
O Billa de Teahupoo está rolando!