sexta-feira, abril 30

Kelly por Rob na Trip

"Uma vez, ainda crianças, estavam na casa dos pais do Rob, na California, e tinham que ir para praia para uma competição amadora. Enquanto faziam hora, jogavam pingue-pongue. Rob vencia todas as partidas e Kelly não se conformava. Rob foi ficando preocupado, alertando ao amigo de que eles iriam se atrasar para as baterias, mas Kelly queria sempre uma nova partida. Até que Rob o deixou vencer, ele se acalmou e os dois puderam ir para o campeonato. Que, diga-se, terminou com Kelly em primeiro e Machado vice".

quarta-feira, abril 28

Alguma novidade?

Não teve ação dentro d'água?
O jeito foi cair na night. Advinha quem levou a bateria...

Maratona na Vila

Já estamos nas oitavas. Foram dois dias parados. Havia combinado com os poucos (olha que vem aumentando!) amigos leitores do Alohapaziada em escrever algumas linhas sobre as disputas da repescagem. Mas já faz tanto tempo. Tudo aconteceu lá no longínqüo domingo.

A segunda fase serviu como sempre para reparar alguns danos não programados. O estrago seria enorme para a sequência do “Santa Catarina Billabong Pro” (aqui no blogue damos o devido valor ao din-din que o nosso governo enfiou no WT de 2010), sem as presenças do Mineiro, do Taj, Mick, Andy, Slater e mais um ou outro que não conseguiu andar nada durante a fase que também não valia muita coisa.

Nessa ordem, Taj, Mick, Slater, Mineiro entraram na água e não tiveram adversários no mesmo calibre. Foi um esculacho tal a superioridade. As performances de Tânio, Ricardinho, Messias e do coitado do Blake Thornton sequer incomodaram. Na sequência Marco Polo dançou, assim como Andy. De resto, alguém pode me dizer se viu o Brett Simpson, Adam Mellin e o Jay Thompson por aí?

Choveu em Imbituba mais do que em qualquer outro lugar do mundo na segunda-feira. Isso sem falar nas ondas que baixaram. Na terça foi o vento sul que entrou forte. Como resultado: dois dias em stand by.

A quarta-feira foi de sol, ondas bem manobráveis abrindo pros dois lados e fortes emoções. Entre um pão de queijo, uma colherada no açaí, e umas fatias de uma deliciosa torta de limão, vendida a módico 6 reais, acompanhei alguns confrontos.

Estarrado no sofá vi Luke Munro despachar o Bobby, Jadson (foto: Aleko-Waves) voar sobre Damien Hobgood, o inconstante Michel Bourez trucidar as esquerdas alinhadas contra um patético Perrow, Joel passar apertado contra Matt Wilkinson, Mineiro surfar o necessário contra o Patrick Gudauskas e Dane Reynolds com duas ondas apenas regulares levar a melhor contra um pesado Kekoa Bacalso.

Entre um bate papo e outro com vários conhecidos – o público decepcionou – que também acompanhavam as disputas, vi Taj não se achar, Neco receber mais uma nota baixa, Knox se superar nas direitas e Owen Wright levar a melhor sobre Bede. Depois relaxei. Só parei para olhar novamente o mar nas baterias das oitavas.

É isso mesmo, tivemos uma maratona de 20 baterias ao longo do dia. As 16 do terceiro round e mais 4 das oitavas. E aí sim o campeonato pegou fogo. Jadson André se concentrou nas esquerdas e abusando da velocidade e dos aéreos em três delas fez notas acima de 8 pontos. Deu pena do Luke Munro ao vê-lo sair d’água. No seu rosto toda a tristeza estampada pelo maior massacre até o momento. A escovada deve ter doído.

Depois foi a vez de Joel dar adeus. Escolheu mal as suas ondas, buscou pontos nas direitas curtas pra dentro do canal. Não deu! Fazia tempo que eu não via um Parkinson tão desmotivado. Devolveu a lycra pegou suas pranchas e se foi assim como o sol.

Já com um arzinho frio pelo vento maral e com as temperaturas em queda, típica do outono no sul, me ajeitei para assistir Mineiro e Dane Reynolds. Gostei e não gostei do que vi. Mas sobre essa disputa que deverá ter desdobramentos - como por exemplo colocação no ranking) ao longo do ano com discussões prá lá de acaloradas, escrevo amanhã.

O Repesqueichon...

Catarinense Neco Padaratz embalado e empolgado pela vitória na primeira rodada em Imbituba no sábado, coloca seus adversários, Mineiro, Kelly, Jadson, Taj, Andy e Mick pra dançar a música baiana que invadiu as ruas e as praias de todo Brasil.

terça-feira, abril 27

E a transmissão pela web...

Não pôde estar na Vila nesse fim de semana?
Preferiu assistir as disputas em casa?
Não conseguiu ver nada pela web?
A transmissão caía a todo instante?

Julio Adler, no site da Surf Portugual, comenta sobre o andamento do Billa Pro:

"Reforça-se assim a imagem de merda que o Brasil já tem no mundo do surfe. Não temos ondas boas e não sabemos fazer o diabo do webcast. Logo no Brasil, lugar de onde saiu Mano Ziul, camarada que criou e desenvolveu a tecnologia do webcast e referencia para todos outros esportes quando se trata de transmissão de eventos esportivos via internet. A mesma velocidade do ano passado já não vale nada nesse ano, diz Mano. Agora as fotos pesam 14 mega, os videos são todos em HD e a quantidade de dados transmitidos é quatro, cinco vezes maior. Sem contar que a empresa contratada pra nos prover a banda... nem é bom falar. O ideal seria uns 7 megas para uma boa transmissão, aqui não temos nem 1 direito (dois mega divididos em dois idiomas). Mas as coisas estão se ajeitando e amanhã deve melhorar. Espero".

Vai .

E o que dizer então da cobertura da Sportv? Com direito de cobertura adquirido e assegurado pois o evento é da RBS-Rede Globo, no canal campeão apenas futebol e alguns flashes de Imbituba dentro da programação. Que falta faz a ESPN...

Um pouco da história...

“O dono de um pequeno comércio, amigo do poeta Olavo Bilac, abordou-o certa vez na rua: - Sr. Bilac preciso vender minha propriedade que o senhor bem conhece. Poderia, por gentileza, redigir o anúncio para o jornal? Olavo Bilac apanhou o papel e escreveu:" Vende-se encantadora propriedade, onde cantam os pássaros ao amanhecer no extenso arvoredo. Cortada por cristalinas e marejantes águas de um ribeiro. A casa, banhada pelo sol nascente, oferece a sombra tranqüila das tardes, na varanda". Meses depois, o poeta reencontrou o amigo e perguntou-lhe se havia conseguido vender a propriedade.- Nem pense mais nisso Sr. Bilac. Quando li o anúncio que o senhor escreveu é que percebi a maravilha que tinha nas mãos.”

O Início:

As praias de Imbituba foram desbravadas por famílias gaúchas no fim da década de 60 e início dos anos 1970. Foi na casa de Jorge Johampetter que, por meio de um mapa, descobriu-se que o litoral catarinense era todo recortado por costões, com reais possibilidades de boas ondas.

Os Johampetter, os Bins, os Chaves Barcelos, os Pettini e os Sefton chegaram no inverno de 66. A partir de então, todos os feriados, finais de semana e principalmente nas férias, o roteiro Porto Alegre – Imbituba era percorrido em verdadeiros surfaris reunindo toda moçada em cerca de oito a dez carros. Eram doze horas de viagem por estradas de chão batido, passando por muitas cidades. A linha do trem cruzava a estrada a toda hora. A princípio todos ficavam hospedados no Hotel do Moreira, o único da cidade.
Com ajuda do Sr. Pudico, corretor de terras da região, foram desbravadas novas praias. Rosa, Vermelha, Ferrugem, Silveira, Ouvidor, Ibiraquera e Itapirubá eram percorridas seguindo-se os caminhos de carros de boi. O legal disso tudo é que os integrantes destes surfaris iam sempre para o mesmo pico. Ninguém se dividia. E quando atolava algum carro, havia muita solidariedade. Ninguém ficava pelo caminho, recorda Paulo Sefton um dos pioneiros.

A praia do Porto foi a primeira base das famílias gaúchas em Santa Catarina. Eram cerca de cinco casas no canto direito, também conhecido como Canto do Paraná. Aquela imensa área verde, com suas árvores centenárias, também era chamada de “Bosque” e dividia as praias do Porto e da Vila. Aquilo era a Disneylândia para qualquer surfista: vento nordeste terral na Vila; com o vento sul, a praia do Porto estava protegida. De acordo com o swell e o vento, bastava cruzar o Bosque pra fazer a cabeça.

Entre os locais, Zé Henrique Costa, conhecido como Lilico, Tadeu, Marinho e César, adquiriram, juntos a primeira prancha, mas apenas Lilico conseguia se equilibrar. Renato Picarski, Mezo, Natanael, Cláudio, Baia, Ivinho, Gariba, entre tantos outros da tão falada “Rua de Baixo”, Clever, Neno e Nabor Heleodoro, Carlos Capaverde, Jota, Gil de Bona, Chicão, Machucho, Marisco da Vila Nova e Flavinho Bortolluzzi (primeiro fabricante de parafinas da cidade), entre muitos outros, também colocaram seus nomes na “linha de arrebentação” do surfe imbitubense.

Por volta de 1971, Bento Xavier da Silveira foi o primeiro surfista do eixo Rio-Sampa a pegar ondas na região e sentir o potencial do lugar. Rapidamente a notícia de boas ondas se espalhou e a invasão não tardou. Renan Pitanguy, Paulo Proença, Toni Catão, Roberto Perdigão, Daniel Friedman, Rico de Souza, Maraca, Penho, Wanderbill, Arnaldo Spyer, Dani Boi, Roberto Sombra, Fedoca e mais um monte de cariocas e paulistas chegaram logo em seguida em busca de ondas e diversão.
A família de Toni Catão (de short azul e óculos na foto acima) surfista carioca, era a responsável pela exploração do porto e possuía várias casas à beira-mar. A mais imponente era conhecida como Chalé 4. Esse, com uma vista única da praia da Vila, hospedou muita gente e tornou-se a base para um novo estilo de vida de jovens descompromissados.

As pranchas eram as Raízes, do Fumaça e do Bocão Pegoraro, shapeadas pelo Mudinho. Tinha também as pranchas Pura Vida do shaper gaúcho Johnny B. Good, a Style do shaper local Nabor Heleodoro e a Original Surfboards do shaper Ricardo Ferraz. Nesse período surgia a Vic-Stick, do shaper Victor Vasconcelos que mais tarde mudaria para Hot Stick numa parceria com Pedro Bataglin. Também foi ali que iniciou-se a confecção das primeiras bermudas de surfe brasileiras, a marca Nazimbi (em referência à cidade - Na Zimbituba = Nazimbi), de propriedade do paulista Dani Boi.

Imbituba já era surf city muito antes de alguém imaginar que o surfe atingiria os patamares atuais de popularidade. Essa época era simplesmente fantástica. Foram os anos dourados e Imbituba era o templo do surfe, o paraíso.

Quando tudo conspirava a favor para a cidade explodir como autêntico pólo do surfe, surge a Indústria Carboquímica Catarinense, empresa estatal, poluente, que aproveitava o rejeito piritoso do carvão para produzir ácidos sulfúrico e fosfórico.

Os políticos e empresários, enxergaram naquele momento apenas a oportunidade de desenvolvimento a curto prazo e esqueceram de toda a destruição ambiental que o local sofreria ao aceitar uma indústria química.

Nesse período, a cidade chegou a ter uma certa estabilidade econômica com muitos empregos gerados principalmente pra quem chegava de outros estados. Nessa mesma época, os molhes do porto foram ampliados e as casas do Canto do Paraná destruídas. De quebra, sobrava aos moradores apenas o pó vermelho – óxido de ferro jogado pelas chaminés da ICC – que cobria boa parte da cidade como um tapete marrom – árvores, casas, ruas, nada escapava.

Com os sinais de poluição a cidade perdeu seu charme e o primeiro grupo de desbravadores gaúchos dividiu-se buscando outras praias na região de Garopaba. A corrente de malucos cariocas também esfriou e a cidade iniciava um período de mudanças radicais e de declínio. Imbituba caiu em um ostracismo tão forte, causado pelo enfeiamento da cidade e por uma série de outros fatores econômicos e políticos, que, em 1992, resolveu-se desativar a ICC. Era o fim da poluição!
De volta para o futuro:

O ressurgimento para o mundo das competições de surfe ocorreu com a realização do OP Pro em 94. A Vila voltou ao cenário escolhida para abertura do circuito brasileiro profissional. Com o sucesso do evento, a história começa a mudar. O turismo redescobre a cidade e até as Baleias Franca voltam a frequentar o paraíso em número cada vez maior.

No surfe, a semente do esporte, introduzida pela geração dos anos 70, voltou a crescer e continuou dando frutos. Várias gerações se formaram desde aquela época e suas praias continuam sendo destino para muitos surfistas.

Em 2000, foi a vez de a praia do Rosa sediar uma etapa do WLT, circuito mundial de longboard. Nos anos seguintes a Vila aparece novamente em destaque ao receber a penúltima etapa do Circuito Super Surf. Em 2003 uma nova história começa a ser escrita com a chegada dos principais nomes do surfe mundial que sedimentam de vez o nome da praia entre as melhores ondas do Brasil e do mundo.

A cidade ganha status de Capital do Surfe e se transforma. A prefeitura e o governo do estado se engajam no novo momento e, revitalizando a orla com calçamento, estacionamento, bancos, racks de prancha, decks de madeira e chuveiro, apóiam a vinda para Imbituba desta que é a principal competição internacional em águas brasileiras,

Títulos mundiais passam a ser decididos nas ondas da Zimba e a população que até então pouco se interessava pelo surfe, agora tem na ponta da língua os nomes da maioria dos tops da ASP. A pequena e pacata Imbituba no período do campeonato torna-se reduto de várias tribos. É gente de tudo quanto é canto. O que até alguns anos atrás, quando a cidade estava esquecida no tempo, era praticamente improvável de se dar, hoje se acontece todos os dias: a divulgação de Imbituba para o Brasil e para resto do mundo, e a vinda de turistas, o que gera renda para uma parte de sua população.

Atualmente a cidade trabalha também sua outra vocação ecológica, e se volta para o turismo de observação de Baleias que a visitam durante os meses de agosto a novembro para acasalar, procriar e amamentar seus filhotes.
Se Olavo Bilac com um olhar romántico e com pequenas observações fez o amigo repensar a venda da sua propriedade, aqueles jovens cabeludos dos anos 60 transcenderam idade e fronteiras, e a herança deixada por eles, mesmo após o período negro da ICC, continuou a influenciar novas gerações e a impor definitivamente Imbituba como a Meca do surfe brasileiro.

Texto produzido originalmente para o Guia do WT da Revista Alma Surf. Por redução de espaço o texto não foi publicado na íntegra. Aqui ele aparece completo. Contei com o apoio dos amigos blogueiros Beda Batista e Eduardo Rosa, locais da Zimba.

Após a repescagem...

Antes do Billabong Pro começar eram 4. Polo foi a baixa no domingo na repescagem. Jadson enfrenta Damien Hobgood, Mineiro pega o Patrick, o mais velho dos Gudauskas, e Neco terá o macaco albino pela frente no terceiro round. Vamos aguardar! Nessa terça-feira o sol aparece tímido entre nuvens. O vento sul chegou soprando moderado. O mar segue baixo. Vai ficar pra quarta e quinta. Ou quinta e sexta...

segunda-feira, abril 26

Deu pra entender?

O Governo do Estado de Santa Catarina caiu com 900 mil. A Skoll (segundo comentam) entrou com mais quinhentões e a Billabong, em cima da hora, fechou por bem menos e mais uma meia dúzia de camisetas esverdeadas. Título da etapa brasileira: Billabong Pro.

Deu pra entender?

Esqueceram de convidar o sol

Esqueceram de convidar o sol nesses primeiros dias de campeonato. Sábado, domingo e uma segunda-feira de céu carrancudo. Tá tudo cinza por aqui. Impossível não puxar lá do fundo da mochila uma blusa mais pesada, mais quente, pra se proteger do arzinho frio e dessa umidade que impreguina.

Mesmo com o tempo feio, com alguns momentos de chuva intensa, o público até que apareceu. Gente de vários cantos do País. Fácil perceber pelas placas dos carros estacionados nas ruas próximas da praia. Porto Alegre, Curitiba, Pindamonhangaba, Livramento, Montes Altos, Guarujá, São Paulo e até Urubici. O que estaria fazendo um carro de Pindamonhagaba por aqui? Só o surfe explica...

Cá entre nós, após dois dias a etapa mais esperada do ano ainda não empolgou, embora acompanhar algumas performances no quintal de casa já tenha valido a pena. No 1º round gostei da atuação do Jeremy Flores logo na primeira bateria. O francês se encaixou perfeitamente na vala de direitas e surfou com muito estilo. Jeremy chegou ao Brasil espumando. Sabe que precisa de um bom resultado a qualquer custo para se manter vivo no tour.

No encontro morno entre brasileiros, marcado por poucas boas ondas, Neco (foto Waves) se saiu melhor na contenda. Nas direitas de 1,0 metrão que rolavam pra dentro do canal ele usou e abusou das conhecidas rasgadas de front-side. Basílio Ruy que acompanha o time Oakley e que estava fotografando a bateria me mostrou algumas fotos. Era o Jadson andando no crítico, de cabeça pra baixo, Mineiro voando alto e Neco, bem, Neco rasgando forte e jogando muita água pra fora da onda. Pena que os juízes não querem mais o Neco no tour... Confronto morno? Pode ter sido pra nós, meros mortais, acomodados nos puffs da sala vip. Lá dentro o couro tava comendo.

Taj, Slater e Irons pareciam fora de sintonia. O tri-campeão não é nem sombra do passado. Será mesmo que ele voltou? Se voltou foi em meia carga. Entendeu? 110-220 Wtz. Nenhum deles conseguiu se encontrar nas ondas cheias da Vila. Todos não foram perdoados pela passividade e caíram para a repescagem. Nada como essa tal de repescagem né, Slater? Foi assim também no ano passado na sua arrancada pelo título, lembram?

E quem disse que a nova geração iria incomodar nessa temporada levanta o dedo. Por enquanto ninguém fez por merecer. Nenhuma performance arrasadora em Sanpper, muito menos em Bells. Blake Thornton, Daniel Ross, Brett Simpson (?) quem? Adam Melling, os irmãos Gudauskas, Dusty Payne e Nate Yaomans até agora não arrumaram nada a não ser uma segunda chance na “repescation”. Eles que tratem de ficar de olhos bem abertos porque a “elimination” pode chegar já na metade da temporada.

Uma salva de palmas para o aéreo muito alto do Joel Parkinson, para a versatilidade e pelo surfe original do Dane Reynolds e para a velocidade de back-side do Smith (que no ano passado passou por aqui sem deixar saudades).

De resto, Ricardo dos Santos mostrou superação e me surpreendeu contra um empolgado e matador Tom Whitaker e um desanimado Fanning. Já Tânio Barreto e Messias Félix não têm surfe para competir numa etapa do WT. Gustavo Fernandes também campeão brasileiro, assim como o Messias que o diga.

Na última quinta-feira conversei com o Marco Pólo na Joaquina e ele do alto de sua humildade me confidenciou que está tranqüilo, aprendendo e ainda se familiarizando com o circuito mundial. Disse a ele que na etapa de Snappers a impressão que dava pelas imagens da web é que ele parecia estar surfando de 6’4, com um equipamento totalmente diferente dos demais tops. Ele contou que caiu com uma 5’11 e como sua base, seu centro de gravidade e mais atrás da prancha, ficou a sensação de estar surfando com uma prancha maior. Em Bells não conseguiu se encaixar. Na Vila ainda não saboreou a sua tão sonhada primeira vitória na elite.

Fui embora da praia antes mesmo do sinal sonoro tocar na 13ª bateria. Com quatro flashes do boletim, mais quatro flashes da cobertura do mundial para transmitir via rádio já estava de saco bem cheio daquele oba-oba. Um sofazinho, com uma cobertinha e um nescauzinho quentinho me aguardavam logo ali em Itapirubá.

Amanhã atualizado com a repescagem.

Segunda-feira de dia livre. Não tivemos disputas na Vila. Amanhã, terça-feira será de ondas menores aqui nas praias da região. Pelo andar da carruagem o terceiro round vai pra água na quarta-feira, com as finais na quinta.

Boletins Nas Ondas da Pan com as condições do mar – 7h,9h, 13h15 e 16h
Boletim Cobertura do Mundial – 8h, 10h, 15h e 21h.

É só sintonizar 101.7 no dial.
Tenho dito!

sábado, abril 24

Ilha 70 - Terceiro episódio



O surfe ganha espaço no último episódio do documentário Ilha 70 exibido nesse sábado pela RBS-TV. O Festival Rock Surf & Brotos na Joaca com depoimentos do Paulinho Guinle, das pranchas Piu, Pedroca, Flávio Boabaid, Ricardo Schoroeder e dos organizadores Ricardinho Machado e Cacau Menezes. O todo poderoso "delegado" Elói comenta sobre a sua celebre frase: "Todo surfista é maconheiro, mas nem todo maconheiro é surfista". Nesse embalo, de tolerância zero, o homem prendeu Gilberto Gil e a turma dos Doces Bárbaros antes de um show na cidade. E tem também imagens da Novembrada, quando o então Presidente da República João Figueiredo em sua visita por aqui, foi alvo de uma das maiores manifestações populares já vista no País. A então provinciana Florianópolis começava a ganhar novos ares...

quinta-feira, abril 22

Ele está chegando...

Camarada, colaborador e parceiro aqui do Alohapaziada, Murilo Graf dá a sua versão aos fatos. Ele, o careca 9X, campeão da etapa no ano passado, está chegando! Aliás, todos os tops garantiram presença. Fato inédito! Outro, é que pela primeira vez na história do surfe nacional dois brasileiros figuram entre os tops 16 (Mineiro e Jadson) numa etapa do circuito mundial em águas brasileiras. O período de espera por boas ondas começa nessa sexta-feira, mas acho que as disputas rolam mesmo a partir de sábado. Pra conferir todos os detalhes na arte do Murilo, é só ampliar a imagem.

domingo, abril 18

Deve começar na sexta!

Acabei de conferir as condições do tempo e do mar para o litoral catarinense para essa semana que antecede o WT de Imbituba e pude observar que uma nova ondulação encosta entre quinta, dia 22, e sexta-feira, dia 23, gerada por uma nova frente fria que estará em deslocamento pela região Sul do País.

Se nos primeiros dias dessa semana o mar deverá se manter baixo com a ondulação definida de leste e ventos do quadrante norte, já para o meio de semana o tempo muda (vira) com a chegada do vento sul que deverá influenciar também o comportamento do mar nas praias do litoral catarinense.

Tudo indica que já na sexta-feira, primeiro dia da janela de espera por boas ondas do “Billabong Pro Santa Catarina” deveremos ter muita ação dentro d’água, com as disputas da primeira fase na praia da Vila. Vamos observar durante toda semana muita nebulosidade, com o céu encoberto a parcialmente encoberto. Indicação de chuva para quinta, sexta e também no sábado. É esperar pra ver.

Segunda - 19
Ondulação: Leste
Vento: Norte/Nordeste (Fraco a moderado)
Tamanho: 2 pés
Período: 6 - 7 segundos
Observação: Marolas nos insides nas praias com bancos rasos de areia.

Terça - 20
Ondulação: Leste
Vento: Norte/Nordeste (Fraco a moderado)
Tamanho: 2 pés
Período: 7 - 8 segundos
Observação: Ondas um pouquinho mais vivas, mais fortes.

Quarta - 21
Ondulação: Leste
Vento: Norte/Nordeste (Já numa condição de pré-frontal)
Tamanho: 2 pés
Período: 8 segundos
Observação: A água deverá dar uma boa uma esfriada.

Quinta - 22
Ondulação: Em transição virando de Leste para Sudeste-Sul.
Vento: Norte/Nordeste pela manhã – O vento sul chega ao longo da tarde.
Tamanho: 3 à 4 pés, subindo
Período: 8 - 9 segundos
Observação: Mar em transformação influenciado pela força do vento sul.

Sexta - 23
Ondulação: Sudeste-Sul
Vento: Sul/Sudeste moderados
Tamanho: 4 à 6 pés, subindo
Período: 8 segundos
Observação: Mar se ajeitando, ondas ganhando tamanho ao longo do dia.

Sábado - 24
Ondulação: Sudoeste-Sul-Sudeste
Vento: Sudeste a Leste (Oscilando no mar)
Tamanho: 6 pés nas séries
Período: 7 segundos
Observação: Ondas com boa consistência, vento no mar perdendo intensidade.

Dica para os dias flat...

O Surfbooks.com pode ser considerado a principal referência quando se fala em acervo de livros e revistas, que estão à venda na internet. Além de uma refinada apresentação de livros e revistas, o colecionador Joe Tabler, apresenta as principais novidades da ‘surf culture’. Uma miscelânea de referências literárias enviadas por colecionadores, historiadores, escritores, editores, fotógrafos e surfistas do mundo todo. Joe começou sua coleção em 1982, garimpando ‘garage sales’ e sebos à procura de raridades. Mas, foi em 1987 que o colecionador especializou-se em reunir livros e revistas de surfe para vendê-los ao publico. Pouco mais de uma década adiante, em 1999, Tabler disponibilizou todo seu acervo na internet.

Tirado daqui.
Aqui você dropa no Surfbooks.com

sábado, abril 17

Pra conhecer ou relembrar



Muito bacana o segundo episódio Ilha 70, documentário que conta um pouco sobre como vivia a juventude em Florianópolis. Arte, música, cultura e comportamento. Pude rever fotos e algumas rápidas imagens do Stúdio A2 do jornalista Beto Stodieck. Especial pra mim, já que a casa onde foi montado esse Stúdio, e que reunia artistas de toda a cidade, era do meu avô. Ficava ali, na esquina da Avenida Beira Mar com a Travessa Harmonia. Algumas vagas lembranças do Beto, do Peninha e do Waldyr Agostinho com o seu festival da pandorga. Só tinha maluco! Palhostock, a demolição do Miramar e da Ilha do Carvão para a construção do aterro e da ponte Colombo Salles. Florianópolis mudava rapidamente. Sábado que vem o terceiro e último episódio. Alguns irão conhecer outros relembrar...

Edição especial

Oficializada nessa semana pelos promotores da etapa brasileira do circuito mundial como a revista oficial do WT da praia da Vila, a equipe da Alma Surf prepara para breve o lançamento de um novo portal interativo, além da confirmação de mais uma edição do FestivAlma. Para o campeonato da Vila, foi produzida uma edição especial sobre o evento. Colaborei com o texto que conta sobre o início do surfe na cidade de Imbituba, bem como dicas para os dias sem ondas, além de esmiuçar as condições do mar das praias de toda região. Isso com a ajuda dos blogueiros parceiros e surfistas locais, Eduardo Rosa e Beda Batista. Se não gostar é só passar aqui e criticar. Não tem problema!

sexta-feira, abril 16

New Sensation

Meados da década de 80. Garopaba fervilha no verão invadida por gaúchos e paulistas que tomam de assalto sem pedir licença. Nem preciso dizer que bom mesmo era se perder por lá nos fins de semana. Melhor ainda fora da temporada. Se no verão a loucura passava dos limites, (D’Orey escreveu não lembro onde sobre a Babilônia que se transformara Garopaba. Dizia ele: se a terra fosse de ouro cada homem brigaria por um pedaço de lama), no outono e inverno a cidade era pra poucos. Ruas vazias e dentro água apenas alguns gatos pingados.

O lema surfe de dia e festa na noite era levado as conseqüências pela nossa turma de amigos com idade entre 16 e 18 anos. E se não tínhamos ninguém que arrepiava nas ondas, pelo menos na noite dávamos as nossas entubadas.

Na outrora pacata cidade os bares pipocavam por todos os lados com nomes prá lá de sugestivos. O esquenta era com hora marcada na sorveteria Gelomel, bem de frente pro mar na praia Central. Depois da meia noite era um salve-se quem puder!

“Pra não dormir” foi o primeiro bar construído na beira da praia da Ferrugem. Nesse meio tempo surgia o “Caribean” na rua principal. Nas dunas do canto sul tinha o “Por que não?” E lá no alto do morro do Silveira um barraco de madeira transformado em bar, o “Biarritz” marcou época.

Noite fria de céu estrelado. A lua cheia iluminava o mar o morro e toda cidade. Boteco lotado, som pulsante. O Dj bota pra rolar um INXS. A música deixa todos em êxtase. Loucura, energia no ar, fumaça saindo pelas frestas da parede, e a sensação de que o bar poderia explodir a qualquer momento. Foi lá que ouvi essa banda australiana pela primeira vez. Eles mais tarde conquistariam o show bizz com a música "Listen Like Thieves" e depois com diversas músicas do cultuado "Kick".

Estamos em 2010

O pessoal do Beck que nas horas vagas se diverte com releituras e regravações de bandas famosas – já regravaram com sucesso Velvet Underground – faz uma releitura de sete músicas do INXS. Após 23 anos uma nova versão para as músicas do Lp Kick, o disco mais festejado dos aussies, com o brasileiro Sergio Dias Batista dos Mutantes na guitarra durante a jam session.

+ aqui

quarta-feira, abril 14

Novo filminho na praça

Recebo email da Hurley brasileira dando conta do lançamento, para esse mês de abril, do novo filme “The Union Express” do surfista e videomaker Timmy Curran. Ele, segundo release promocional, viajou de trem pela Califórnia – de São Francisco à San Diego e no percurso surfou e filmou com Dane Reynolds, Rob Machado, Taylor Knox, Damian Hobgood e mais alguns amigos e desconhecidos. Após dois anos de filmagens o filme enfim ficou pronto e estréia ainda esse mês lá pras bandas dos istaites. Não dá pra falar nada por enquanto. Só nos resta o trailer...

Pepper



Uma musiquinha pra animar a sua quarta-feira.
Tenho certeza que você já ouvi algo parecido com o:

1.( ) Waldick Soriano
2.( ) Ray Conniff
3.( ) Sidney Magal
4.( ) Paralamas do Sucesso
5.( ) Sublime

segunda-feira, abril 12

No blogue da Surfing

Tá lá no blogue da Surfing com texto de Matt Walker.

O jornalista Vince Medeiros conta nessa entrevista no blogue da Surfing sobre a idéia e as dificuldades que encontrou em produzir o filme Rio Breaks. Fala sobre a receptividade do filme nos festivais de cinema mundo afora tendo o surfe como pano de fundo. De como Luciano Huck colaborou com o surf-clube da favela no Cantagalo e o encontro de um dos protagonistas, o menino Naama, com Slater no Havaí.

Se o seu inglês for limitado assim como o meu, é simples.
Clica aqui e copia, leva para o Google traduzir (inglês-português) e seja o que Deus quiser...

Sal, Soul & Surf

O documentário foi produzido no ano passado e já exibido na TV. Trabalho de conclusão de curso do Pedro Kuhnen. Aqui um pouco da história quando o surfe engatinhava na Ilha. Imagens em Super 8, p&b, de ondas no Matadeiro em 76, Barra da Lagoa, sem os molhes de pedras em 77, Joaquina em 80.

Os amigos Flavio Boabaid, Xandi Fontes, Netão, Ivan Althoff, Zeno Brito e Roberto Lima juntos com Ricardinho Machado, relembram os primeiros campeonatos, o Rock Surf & Brotos e os “surfaris” pelo litoral de Santa Catarina com imagens de ondas no Atalaia e de Navegantes no fim da década.

Sal, Soul & Surf – Parte 1 - (clica aqui)
Sal, Soul & Surf – Parte 2 - (clica aqui)

Vale como história!

A foto que ilustra essa postagem é do verão de 1979. Nela estão Cuíca (o primeiro da esquerda pra direita), Flavio Boabaid, de chapéu de palha, e meu primo Eduardo Borges, com a sua inseparável Gordon & Smith 7,2. Foi com ela que peguei minha primeira onda na praia do Forte em mil novecentos e lá vai pedrada...

domingo, abril 11

E foi dada a largada...

Foi dada a largada para mais uma temporada do circuito brasileiro profissional. Tenho lido pouca coisa na imprensa nacional sobre o Brasil Surf Pro. Poucos dão importância hoje em dia. Por que será? Talvez porque ainda exista um certo ranço do SuperSurf que andava chato fazia tempo. Parece que agora a coisa vai. Novos patrocinadores, uma nova equipe na organização, novas idéias, enfim. Nessa etapa de abertura em Itamambuca grandes ondas nos primeiros dias antecipavam nomes diferentes no pódio (foto: Aleko/Waves). Léo Neves levou. Marcio Farney foi segundo. No feminino deu Suelen com a catarinense Ju Quint num degrau mais abaixo. Fico na torcida por um circuito nacional de 2010 mais empolgante. Marcelo Andrade, o comandante, merece, pela dedicação e pelo trabalho à frente da Abrasp.

O mar

Como já dizia tio Dorival: "O mar quando quebra na praia é bonito..."
Casas de praia em Itajuba em Barra Velha depois da ressaca desse fim de semana.
Foto: Banana

sábado, abril 10

Deitado no sofá acordado fiquei

E não é que fiquei acordado até as quatro da matina!
Não foi fácil me manter com os olhos abertos já que tenho o hábito de dormir cedo. Mas valeu. Mick, Joel, Slater, Curren e companhia limitada fizeram valer cada minuto e hora acordado. Isso sem falar na qualidade das imagens da transmissão da ESPN, um capítulo a parte. Quem diria que um dia, deitado no sofá da minha casa, pudesse acompanhar ao vivo as etapas do circuito. Viva a tecnologia do século 21.

Aqui cabe um parágrafo pra explicar aos leitores mais jovens do Alohapaziada. Antigamente, saber de um resultado do circuito mundial só quando uma revista caía nas nossas mãos. Isso com quarenta, cinqüenta ou até sessenta dias ou mais de atraso. O Jornal Staff que depois virou Now era o que nos mantinha mais atualizados. Ler o Now era estar na vanguarda e saber de tudo antes dos demais. Isso em meados dos 80, início dos 90. Não é tanto tempo assim. Ou é?

Tudo bem, já tivemos outras coberturas ao vivo. As etapas brasileiras do mundial na Barra da Tijuca com a equipe do Bocão nos bons tempos de Sportv. Outras etapas via internet, e até a RBS-TV já transmitiu direto da Joaquina para todo Estado as finais do Hang Loose Pro de 87. Mas essas duas, Gold Coast e Bells foram diferenciadas.

Renan como locutor e comentarista – tudo ao mesmo tempo agora – precisa evoluir. Bagagem não lhe falta. Já viveu intensamente o tour. Foi um dos protagonistas. Mas precisa um pouco mais de articulação na tv. Quem sabe mais alguém com ele para dividir as informações. O Edinho Leite foi muito bem na etapa de Snapper. Seria legal mantê-los juntos. Arroz com feijão. Até a Vivian Mesquita, uma espécie de intermediadora, de forma ponderada, consegue dar conta do recado. Gostei. Já havia gostado antes.

Ridiculo dizer que Mick Fanning está muito veloz e concentrado. Tá com cara de quem vai lutar até a última etapa em busca do terceiro caneco. Diz que não? Joel, impressionante, com uma linha de surfe muito limpa. Chegou a ser chato assistir suas rasgadas nos lip’s nas direitas de Johanna. Numa hora cheguei a torcer pro cara cair da prancha. É tudo muito certinho, milimetricamente cirúrgico. Que inveja desgraçada!

Taj também parece estar muito, mas muito focado nessa temporada. Emendou um excelente fim de temporada em 2009 com um início de 2010 arrasador. Vamos ver se vai ter gás para se manter no topo no restante do tour. Não dá pra falar muito do encontro das oitavas entre o Jadson e Bobby. Duelo morno, de poucas ondas. Assim como foi Mineiro e Taj nas quartas. Poucas ondas num momento ruim do mar.

Dei uma cochilada na hora da bateria entre Occy e Tom. Como o Occy tá pesado e lento meu Deus! Lento em comparação aos tops, claro. Bota o cara pra surfar no nosso lado e ele vai quebrar. Mas, me deu uma agonia em assistir um Occy tão devagarinho. Prefiro ficar com registros de anos atrás. Esse é o problema desses encontros de ex-eternos campeões: mesmo sabendo que estão mais velhos, a gente estupidamente ainda espera a abordagem de antigamente. Como somos imbecis. O Curren ainda tá fininho e no rip. O base-lip e as batidas de front continuam inspiradoras.

Não vou me atrever a falar absolutamente nada da performance do careca nesse último dia de Rip Curl Pro. Não tenho o que comentar pois tudo que eu disser e escrever aqui será chover no molhado. Está à frente de todos os seus adversários e é sim o favorito para abocanhar mais um título. Impressionante. Foi o único a cair n’água quatro vezes: Bourez, Bede, Bobby e Mick, nessa ordem, sucumbiram.

Durante a final, nos instantes finais da bateria, pressionado e precisando de uma boa nota, Kelly manda um aéreo muito alto, e lá no alto, ainda encontra tempo pra rodar um 360º. A queda na espuma com o pé da frente fora da prancha e numa posição desconfortável foi pura ilusão pra quem achou, como eu, que ele fosse cair. Engano. Foi gol e aos 45 do segundo tempo. Dá logo o sino pra ele, dá!

Floripa 70



Um pouco da pacata Floripa dos anos 70. Moda, comportamento, cultura e estórias da juventude local. As cocotas, os malucos, a galera do Quioski, a ponte Hercílio Luz e os passeios de domingo pela avenida Beira Mar Norte. Dizem que Deus depois de fazer o mundo em 7 dias deixou Floripa para o seu "grande finale". "Santa Catarina em Cena", primeiro episódio. Programa exibido nesse sábado na RBS-TV.

sexta-feira, abril 9

Dizer mais o quê?

Muita gente foi ao cemitério Jardim da Paz nessa tarde de quinta-feira se despedir do Ledo. Foi um encontro emocionado de várias gerações do surfe catarinense. O shaper Geraldo Rinaldi das pranchas GR, veio de Laguna. Afonso, da Oceano, Ersinho de São Francisco do Sul, Ivan Junkes, Flávio Boabaid, Roberto Lima, Bichinho, também estavam lá. Apareceu gente de todas as praias do nosso litoral. Antigos parceiros que trabalharam na Inside como o fotografo Flavinho Vidigal, Davi Husadel, Luis Gondin, Rodrigo Viegas e Anselmo Doll, também. Isso sem falar numa centena de amigos anônimos que prestaram uma última homenagem.

Muita emoção, uma enorme tristeza e o sentimento de total impotência. A sensação geral é de que estamos todos desprotegidos. A repercussão do crime foi enorme na imprensa local com todas as emissoras de rádio, televisão e jornais dando destaque ao incidente.

Dos quatro marginais, três já estão detidos. Dois deles são menores de idade e já envolvidos com o mundo do crime com passagens pelo Centro de Recuperação São Lucas. Já o assassino do Ledo, têm 20 anos de idade e carrega nas costas, pasmem(!), quatro indicações de homícidio.

A pergunta que fica no ar e sem resposta plausível é como esses deliquentes, com fichas criminais extensas, andam soltos por aí. Que policia é essa? Que justiça é essa? A sensação de impunidade - de que nada vai acontecer - é a mola mestra que gera essa imensa onda de violência por todos os cantos do nosso país. E Floripa não é diferente, não foge a regra.

A cidade mudou, mudou pra pior nessas últimas duas décadas. Cresceu de forma desenfreada e sem estrutura para receber tanta gente. Bolsões de pobreza e novas favelas surgem num piscar de olhos numa "capital" que um dia já foi considerada mágica.

A disseminação da droga, a falta de oportunidades de empregos também são fatores fundamentais para esse aumento da violência. Ledo foi morto em sua residência, em Ponta Das Canas, um bairro relativamente tranqüilo, com um tiro que atingiu seus órgãos internos pulmões e coração. Seu corpo velado na tarde desta quinta-feira deverá ser cremado até sábado.

Fica o legado deixado e as amizades construídas nesses seus 50 anos de vida. Um cara de forte personalidade, de opiniões contundentes, muitas vezes polêmicas. Ledo em parceria com seu amigo de faculdade de jornalismo Atila Sbruzzi foram os editores da Inside transformando-a de um simples folheto de 4 páginas, produzido em papel couchê, impresso em preto e branco, lá em 1984 numa revista de circulação nacional.

Como presidente da Fecasurf organizou inúmeros eventos com destaque para o "Mormaii Surf 88" disputado numa Silveira gigante e gelada. Na Joaca, o "Mormaii Loco Beach" se tornou memorável com uma final envolvendo até então duas promessas do surfe nacional. Teco levou a melhor sobre Peterson Rosa. Outras três competições também disputadas em ondas grandes e organizados pelo Ledo e que deixam boas lembranças foram o "Mormaii Cristal Iquique Pro" no Chile, válido pelo WQS em 1993, além do Nescau Surf Energy na Joaquina e o Op Pro na Vila, ambos em 94 numa parceria com a Abrasp e ASP.

Após o velório, no caminho pra casa, parei num supermercado. Na fila do caixa, um policial militar com alguns pacotes nas mãos e vários brasões e insígnias no uniforme. Me aproximei e perguntei: Que policia é essa que não nos dá sequer a mínima segurança? Ele, com toda calma respondeu: "Não temos efetivo. São poucos os policiais. E tem mais. A polícia prende e a justiça solta. Nossas cadeias estão abarrotadas e não cabe mais ninguém" sentenciou.

Dizer mais o quê?

quarta-feira, abril 7

Profunda tristeza

É com profundo pesar que noticiamos o falecimento nesse início de noite de quarta-feira, vítima de assalto em Ponta das Canas, no Norte da Ilha de Santa Catarina, do empresário e jornalista Edison Lêdo Ronchi. Lêdo foi fundador da Revista Inside, ex-presidente da Fecasurf na década de 90 e atualmente era um dos sócios da marca de óculos Eletric.

Lêdo foi assassinado com três tiros durante um assalto em sua residência. Lêdo de 50 anos era casado com a Simone e tinha dois filhos surfistas, Ícaro e Cícero.

O velório acontece nessa quinta-feira no cemitério Jardim da Paz. O corpo será cremado em Balneário Camboriu.

O Alohapaziada lamenta profundamente a perda do empresário, jornalista e pioneiro do surfe em Santa Catarina.

segunda-feira, abril 5

Por quem os sinos dobram.

Já deu uma passada lá no blogue do Marreco nesses últimos dias? Pois é, o cara está em Bells acompanhando o Rip Curl Pro e atualizando o Goiabada com informações saborosíssimas. Uma cobertura diferente de tudo que têm por aí. E ai daquele que se atrever a escrever alguma coisa sobre essa segunda etapa do tour apenas vendo pela internet. Eu fico daqui, só lendo. Vai .

Um abraço pro Neco...

Um abraço pro Zé. Outro pro Pedro. Aquele alô para o João... Imagem desfocada, um som sofrível e entrevistas de beira de praia com pouco ou quase nenhum conteúdo. E assim caminha a transmissão na web do Rip Curl Pro direto de Torquay.

E eu que achei que após o sucesso (na qualidade de imagens com várias câmeras) da etapa da Gold Coast a coisa iria finalmente engrenar. Ledo engano! Desculpem, mas não tenho mais paciência. O esforço foi grande para assistir os brasileiros nesse segundo round. Dessa vez o Neco mereceu vencer, sem chororô, embora pouco se viu pelo monitor do confronto entre ele e Damien Hobgood.