terça-feira, agosto 15

Vergonha na cara e atitude...

Foto: Fred/arquivo pessoal
Acabo de ler no site waves, notícia dando conta do assalto no qual o ex-surfista profissional, hoje jornalista, carioca Fred O’rey foi vítima. Fred, colunista da Fluir teve seu carro roubado na Linha Vermelha no Rio de Janeiro.

Na nota, Fred comenta que irá criar uma coleção de roupas, já que é também designer de moda e proprietário da marca Totem, com os seguintes dizeres: Corrupção Zero. A idéia é passar pra frente a sua indignação.

Também tive meu carro roubado no final do ano passado e não foi na noite carioca. Ladrões furtaram o meu carro à luz do dia num bairro movimentado aqui em Floripa. É uma sensação horrível perder algo que você batalhou tanto para adquirir. A Parati estava financiada (estava pagando) e ainda sem seguro. A perda foi total!

Floripa, assim como as demais capitais do Brasil está insustentável. A violência está em todos os lugares. O meu carro e o do Fred não foram os primeiros e logicamente não serão os últimos.
A outrora pacata surf-city mudou. A grande imprensa que estampa nas revistas, jornais, e exibe imagens da cidade na TV, e afirma que aqui ainda é um bom lugar para se viver deve repensar no "peixe" que insiste em vender.

Me solidarizo com o Fred. Está mesmo impraticável viver nesse país miserável, de políticos inescrupulosos, povo mal educado, sem saúde, sem escolas, moradia, comida...

Proponho uma grande revolução!
Revolução no modo de pensar, agir e votar...
O Brasil só irá mudar quando fizermos uma grande revolução.
O problema é que nos falta vergonha na cara e atitude!

domingo, agosto 13

Sweet November...


Que a etapa brasileira do WCT vai mesmo rolar em Imbituba, com sede na praia da Vila, todo mundo já sabe.
Que as outras opções são Silveira e Joaca, todo mundo já sabe.
Que o título mundial poderá ser decidido novamente em águas brasileiras, todo mundo também já sabe, (para desespero dos gringos que querem definí-lo em Pipe).
Agora, o que ninguém ou pouquíssimos sabem é que a banda australiana The Beautiful Girls (foto) poderá embalar uma das noites do mundial em novembro em Floripa. Isso sim é novidade!
Falei ontem por telefone com Ian Marshall, diretor do selo Tronador Music, e responsável por trazer ao país algumas bandas australianas que incendiaram nossas mentes nos anos 80, 90 e agora mais recentemente...
Os shows dos Spy Vs Spy, GangGajang, Youth Yindi, HoodooGurus, Chevells, deixaram boas lembranças quando por aqui passaram. É bem possível que no rastro do The Beautiful Girl possam vir também o músico multinstumentista Jez e Salmonella Dub - banda ainda desconhecida do grande público mas com um som eletrônico interessante. Com certeza você já ouviu o som deles em algum filme de surfe.
Agora só nos resta aguardar, já que as negociações estão bem adiantados. E para quem estiver afim de conferir o som de novas bandas australianas, inclusive The Beautiful Girl, Jez e Salmonella Dub, e o que há de melhor na terra dos cangurus, é só clicar: www.tronadormusic.com
Quem viver, verá...

quarta-feira, agosto 9

O caminho está aberto...

Começou na última quinta, dia 3, no cinema do CIC, aqui em Floripa, a 6ª Mostra Surfe Agosto com o lançamento do filme “Creepy Fingers”. Com todos os passaportes vendidos as sessões estiveram lotadas.

Após a exibição do filme da Volcom rolou no Café Matisse o show da banda Neitan, de Balneário Camboriú. A balada terminou cedo, afinal sexta-feira é dia útil.

Conversando com algumas pessoas que estiveram na noite de abertura, notei que os filmes mais aguardados desta edição são, “Letting Go” da Quiksilver, (mesmo já tendo sido encartado na revista Fluir), e “Quintal de Casa”.

Após o sucesso de “Samba, Trance & Rock’n Roll”, inclusive com prêmio de melhor filme do ano em festival internacional, o carioca Rafael Mellin vem colhendo os frutos do seu trabalho. “Quintal de Casa” segue na contra-mão dos demais do gênero e busca um retrato mais próximo da realidade dos surfistas brasileiros dando destaque para as ondas do nosso litoral. Com uma combinação de belas imagens, trilha sonora variada e grandes performances, tem tudo para se tornar um sucesso.

As gigantes Billabong, Rip Curl e Quiksilver sempre se destacaram pela qualidade dos seus vídeos e dvds. Na minha opinião, os filmes do Jack McCoy ainda são indiscutivelmente os melhores. O gringo tem estrada e seus filmes com Mark Occhylupo (Bunyip Dreaming 90, The Green Iguana 92, The Occumentary 98) em ação estão acima da média. Um dos seus últimos trabalhos, “Blue Horizon”, tem imagens fantásticas de dentro d’água. Ainda não vi nada parecido.

É muito bom saber que as principais marcas nacionais começam a abrir os olhos para os filmes de surfe com uma moderna ferramenta de marketing. A Hang Loose mais uma vez sai na frente apostando no talento brasileiro. Depois do sucesso de Fábio Fabuloso, Samba, trance & rock’n roll e Quintal de Casa, agora o caminho está sendo aberto da melhor maneira e tudo deve ficar ainda muito mais fácil.
O desafio está lançado...

domingo, agosto 6

Programa de índio...


Sai hoje o nome do “Mascote” escolhido pelo voto popular dos Jogos Panamericanos do ano que vem programado para acontecer na cidade bang-bang, mas ainda maravilhosa.

As três opções de nome têm significado indígena. Luca, de origem latina que significa luminoso nascido na terra da luz, Cauê derivado da saudação Tupi Auê, quer dizer salve! e Kuará que significa sol em Guarani.

Esses políticos, cartolas do esporte brasileiro são mesmos uns ridículos. Agora, querendo passar uma imagem positiva do país perante a opinião pública mundial inventam nomes, criam significados, como se todos não soubessem, que:

O Brasil dizimou seus índios.
O Brasil não cuida dos seus índios.
O Brasil não está nem aí para os seus índios.
O Brasil não demarcou ainda as terras indígenas.
O presidente da Funai torra dinheiro público em viagens internacionais e sua aldeia preferida lá fora é Genebra para onde já foi 7X.
Brasileiros botaram fogo em um índio que dormia em um ponto de ônibus... E nada aconteceu!

Tomara que esse “sol” possa iluminar de alguma maneira a cabeça das pessoas. Que o povo tenha maior consciência e os pés no chão, e ao invés de se entorpecer com esse nacionalismo exacerbado promovido pela mídia em torno de alguns eventos esportivos tenha olhos para a real verdade que nos cerca!
Que assim seja...

sexta-feira, agosto 4

E ele chegou aos 50!


Ele foi campeão estadual justamente num dos piores anos de toda história do surfe profissional carioca. Etapas sem palanque com juízes sentados em cadeiras de palha pleno calçadão. Premiação favela, divulgação zero (será que melhorou)?

Na temporada seguinte ao título foi à luta. Montou currículo, vídeo com suas imagens e partiu em busca de alguém que pudesse bancá-lo. Conseguiu uma meia-dúzia de trocados e logicamente não foi a lugar nenhum. Como é dura essa vida de competidor!

Nos encontramos no outside algumas vezes e geralmente nossas conversas eram rápidas. Nas naites da outrora pacata Lagoa da Conceição, aqui em Floripa, demos boas risadas.

Num dos mundiais disputados numa Joaca gelada fez bonito. Acho que chegou até as quartas. Ou teria sido semi? O “degraçado” estava com a prancha no pé e acelerava de back-side nas longas esquerdas de 1,0m que enroscavam em direção ao meio da praia.

Como eu o conhecia fiz a ponte para um amigo que comprou uma de suas tábuas. Era uma 6´0, rabeta squash. Tinha uma pintura esquisita sobre a laminação e era assinada pelo seo Joca.

Meu camarada de idas diárias até a praia era um cara pesado e não se adaptou com aquela prancha, relativamente estreita e fina e ela acabou sobrando na minha. Que prancha boa! Foi uma espécie de comissão por tê-la conseguido por um “precinho” módico.

O tempo passou e voltamos a trocar umas idéias nas areias da Barra da Tijuca, isso há uns dois anos atrás. Eu de passagem pelo Rio de Janeiro, acompanhado pelo fotógrafo Basílio Ruy e cinceroneado pelo botafoguense (nem tudo é perfeito) Rick Werneck, colhia dados para a produção de mais uma edição do Surfe Guia Brasil.

Já totalmente fora das competições, vivendo um período de incertezas, apurrinhado com os caminhos que o surfe trilhava e cansado dos bastidores, Marreco estava muito afim de sair de cena.

Que nada! O “Istepô” deu a volta por cima e continua na lida. É bom vê-lo em ação no comando do seu blog Goiabada. Bons textos, por vezes sarcásticos, muitas curiosidades, e informações sempre em cima do lance. O surfe agradece!... E o que começou de forma despretensiosa ultrapassou recentemente os 50 mil acessos.

Notícias fresquinhas dão conta que nosso camarada vai ser papai. Dizem por aí, mas eu não afirmo que vem um Marrequinho aí...

O momento não podia ser melhor. Um brinde!

Nota: A foto lá do topo eu peguei do blog “Surfe Pensado”. Vale a visita!

quarta-feira, agosto 2

Política é pra quem não pega onda?

Se você viveu o surfe no final dos anos 80 início dos 90, deve lembrar de uma campanha institucional da falecida marca carioca Cristal Graffiti veiculada durante algumas edições na revista Fluir.

Nela, Ricardo Tatuí aparecia manobrando numa marola qualquer, numa praia qualquer. No topo da página uma mensagem. Dizia o texto: “O grande lance é praia. Praia e surfe. Política é pra quem não pega onda”.

O anúncio na época estava associado às eleições presidenciais. Era o surfe invadindo a praia da política. Original ou uma grande babaquice?

Alguns leitores mais exaltados comentaram que a “propaganda” era negativa para a imagem do surfe, pois mostrava mais uma vez que o surfista continuava alienado, desinformado e sem opinião, e que também não estava nem aí para um momento tão impar do país.

Na minha opinião esse foi um dos melhores anúncios já publicados até hoje em uma revista especializada no mundo. Afinal o surfe é ou não uma bela maneira de se expressar? A verdade é que o anúncio colocou a galera da água salgada para refletir...
Agora o mais interessante é notar que passados alguns anos, de lá pra cá elegemos quatro novos presidentes, destituímos um e muito pouca coisa, ou quase nada, mudou.

O Congresso Federal está desmoralizado. Deputados e senadores dão de ombro para as principais causas sociais. A grande maioria dos nossos políticos está envolvida em inúmeros escândalos de corrupção, lavagem de dinheiro, mensalões e outras picaretagens. Os candidatos são medíocres, não existe um programa de governo e os partidos não seguem qualquer ideologia. É extremamente lamentável e beira ao ridículo.

É sim importante votar, escolher um bom candidato, exercer a nossa cidadania, fazer uma boa escolha, embora eu não acredite em mais nada. Por isso vou arrumar um jeito de anular o meu voto nessas eleições. Aliás, na urna eletrônica não existe sequer a tecla anula, o que é mais um ato anti-democrático.

O anúncio da Cristal Graffiti ainda continua sendo atual nesses tempos de eleições: O grande lance é praia! Praia e surfe! Essa política podre, interesseira, de ratos, continua sendo para quem não pega onda...

Pelo menos pra mim!