sábado, abril 10

Deitado no sofá acordado fiquei

E não é que fiquei acordado até as quatro da matina!
Não foi fácil me manter com os olhos abertos já que tenho o hábito de dormir cedo. Mas valeu. Mick, Joel, Slater, Curren e companhia limitada fizeram valer cada minuto e hora acordado. Isso sem falar na qualidade das imagens da transmissão da ESPN, um capítulo a parte. Quem diria que um dia, deitado no sofá da minha casa, pudesse acompanhar ao vivo as etapas do circuito. Viva a tecnologia do século 21.

Aqui cabe um parágrafo pra explicar aos leitores mais jovens do Alohapaziada. Antigamente, saber de um resultado do circuito mundial só quando uma revista caía nas nossas mãos. Isso com quarenta, cinqüenta ou até sessenta dias ou mais de atraso. O Jornal Staff que depois virou Now era o que nos mantinha mais atualizados. Ler o Now era estar na vanguarda e saber de tudo antes dos demais. Isso em meados dos 80, início dos 90. Não é tanto tempo assim. Ou é?

Tudo bem, já tivemos outras coberturas ao vivo. As etapas brasileiras do mundial na Barra da Tijuca com a equipe do Bocão nos bons tempos de Sportv. Outras etapas via internet, e até a RBS-TV já transmitiu direto da Joaquina para todo Estado as finais do Hang Loose Pro de 87. Mas essas duas, Gold Coast e Bells foram diferenciadas.

Renan como locutor e comentarista – tudo ao mesmo tempo agora – precisa evoluir. Bagagem não lhe falta. Já viveu intensamente o tour. Foi um dos protagonistas. Mas precisa um pouco mais de articulação na tv. Quem sabe mais alguém com ele para dividir as informações. O Edinho Leite foi muito bem na etapa de Snapper. Seria legal mantê-los juntos. Arroz com feijão. Até a Vivian Mesquita, uma espécie de intermediadora, de forma ponderada, consegue dar conta do recado. Gostei. Já havia gostado antes.

Ridiculo dizer que Mick Fanning está muito veloz e concentrado. Tá com cara de quem vai lutar até a última etapa em busca do terceiro caneco. Diz que não? Joel, impressionante, com uma linha de surfe muito limpa. Chegou a ser chato assistir suas rasgadas nos lip’s nas direitas de Johanna. Numa hora cheguei a torcer pro cara cair da prancha. É tudo muito certinho, milimetricamente cirúrgico. Que inveja desgraçada!

Taj também parece estar muito, mas muito focado nessa temporada. Emendou um excelente fim de temporada em 2009 com um início de 2010 arrasador. Vamos ver se vai ter gás para se manter no topo no restante do tour. Não dá pra falar muito do encontro das oitavas entre o Jadson e Bobby. Duelo morno, de poucas ondas. Assim como foi Mineiro e Taj nas quartas. Poucas ondas num momento ruim do mar.

Dei uma cochilada na hora da bateria entre Occy e Tom. Como o Occy tá pesado e lento meu Deus! Lento em comparação aos tops, claro. Bota o cara pra surfar no nosso lado e ele vai quebrar. Mas, me deu uma agonia em assistir um Occy tão devagarinho. Prefiro ficar com registros de anos atrás. Esse é o problema desses encontros de ex-eternos campeões: mesmo sabendo que estão mais velhos, a gente estupidamente ainda espera a abordagem de antigamente. Como somos imbecis. O Curren ainda tá fininho e no rip. O base-lip e as batidas de front continuam inspiradoras.

Não vou me atrever a falar absolutamente nada da performance do careca nesse último dia de Rip Curl Pro. Não tenho o que comentar pois tudo que eu disser e escrever aqui será chover no molhado. Está à frente de todos os seus adversários e é sim o favorito para abocanhar mais um título. Impressionante. Foi o único a cair n’água quatro vezes: Bourez, Bede, Bobby e Mick, nessa ordem, sucumbiram.

Durante a final, nos instantes finais da bateria, pressionado e precisando de uma boa nota, Kelly manda um aéreo muito alto, e lá no alto, ainda encontra tempo pra rodar um 360º. A queda na espuma com o pé da frente fora da prancha e numa posição desconfortável foi pura ilusão pra quem achou, como eu, que ele fosse cair. Engano. Foi gol e aos 45 do segundo tempo. Dá logo o sino pra ele, dá!

2 comentários:

Edu Moraes disse...

arrastei a sexta toda,
por ficar acodado tbm,
valeu a pena!
q venha Imbituba,
abraço

Daniel Neris disse...

Eita testinho bacana.
Realmente viva a tecnologia!