terça-feira, março 18

Castrinho era a salvação!

Camarada velho de guerra, das baladas noturnas em terras baixas, dos tempos dos tradicionais Brasil Surfe Renner, me manda email pra dizer que está vivo e na ativa.

Castro Pereira é um desses caras de alma tranqüila, serena, doce, de poucas, porém, amigas palavras. De rosto curtido pelo sol e de pele marcada de anos de beira de praia.

Longe de ser um malandro qualquer, vagabundo ou mesmo um autêntico rato de praia, estereótipo dado aos surfistas da época, Castro era um agitador e dos bons. Organizava campeonatos locais, desbravou o surfe gaúcho, e foi pioneiro como surfe-repórter no Brasil. Esse verdadeiro contador de histórias nunca teve a sua contada e tão pouco recebeu atenção por parte da mídia dita especializada.

Fez história nas ondas do rádio na Ipanema Fm logo no início dos anos 80 passando depois para a Rede Atlântida. Seus boletins diários, diretos das praias de Torres, mandados via orelhão, já que não existia a facilidade de um celular ou mesmo internet, eram aguardados como uma “benção” pelos fissurados surfistas da capital gaúcha e interior, distantes alguns bons quilômetros do mar. Para a surfistada que passava a semana na selva de pedra, Castrinho era a salvação!

Atualmente com 53 anos morando em Guaíba na região metropolitana de Porto Alegre – hoje pouco freqüenta os campeonatos, bem diferente do que acontecia nas décadas de 80 e 90 quando era figurinha fácil e parecia estar em todos os lugares ao mesmo tempo, sempre na maior vibração e com as últimas novidades na ponta da língua.

Castro de uns tempos pra cá resolveu sossegar, mas só um pouco como ele mesmo diz. Embora afastado das competições, mantem acesa a chama do surfe. Nesse momento se vira como pode e levanta uma grana trabalhando numa revistaria encravada na capital gaúcha. A revistaria Big Culture é um pico que fomenta a cultura surfe local. Lá todos têm acesso ao mundo das ondas através de livros, revistas, jornais importados além de acessórios para surfe e o skate.

É lendo os livros e conferindo as fotos dos jornais e revistas que Castro Pereira segue a vida de forma tranquila e se mantém no rip, atualizado, para quando um novo swell levá-lo novamente em direção ao mar...

2 comentários:

Alexandre Flores Torrano disse...

Gente muito boa! Abraço velho!

George Martins disse...

Fala aê Maurio!
Como posso saber o endereço da Big Culture ou fazer contato com o Castro?
abraço
George Martins