terça-feira, setembro 29

Aonde isso vai dar?

Calma, calma! Não repeti o texto. Essa não é uma postagem do ano passado. Ela é atual. Ela é bem atual. Hoje é 29 de setembro de 2009. E são exatamente 20h00 em Floripa. Uma terça-feira gelada com vento sul uivando lá fora. E ele já soprou mais forte. Bem mais forte nessas últimas 24 horas. Foi assim no domingo, ontem segunda-feira, com o céu carregado de nuvens baixas e nada amistosas, e hoje, com os termômetros entre 12º e 13ºC.

O pior já passou? Por enquanto sim. Mas só por enquanto. Uma frente fria de forte intensidade chegou ao Estado de Santa Catarina durante o fim de semana, agitou o mar e trouxe uma nova onda de frio e muita chuva.

E não foi só isso. Descargas elétricas, alagamentos, vendaval, queda de granizo, tornado, ciclone... Deu de tudo nesse mês de setembro que está indo embora sem deixar muitas saudades ao povo catarinense que mais uma vez sofre, e muito, com as animosidades do tempo e com a fúria da natureza.

Ontem, segundo dados da Defesa Civil, cerca de 66 municípios registraram prejuízos materiais e 24 decretaram situação de emergência. São 86 mil pessoas atingidas pelo mau tempo e pelo menos 7 mil imóveis danificados nesses últimos três dias.

Já não se tem a mínima dúvida de que o fenômeno El Ninõ influencia diretamente o comportamento do tempo na região sul do País e, de acordo com os meteorologistas vamos observar para os próximos meses, curtos períodos de tempo seco. Outubro e novembro serão meses de muita chuva, assim como no ano passado.

Você abre os principais sites de notícias e se depara com imagens (foto acima do município de Guaraciaba na região oeste de SC) de destruição de casas, galpões, ginásios, rodovias danificadas, deslizamentos de barreiras, pedras, árvores arrancadas, lavouras e plantações dilaceradas.

Não sei sinceramente onde vamos parar. As pessoas estão entregues a própria sorte. Podemos culpar os desmatamentos, a degradação ambiental, a destruição do planeta pelas mãos dos homens, enfim. Mas honestamente não tenho a mínima noção onde tudo isso vai dar.

Acompanho melancólico, triste, novamente a dor de um povo guerreiro, lutador, que assiste a natureza, na sua forma bruta, acabar em instantes com tudo – ou um pouco de quase tudo - de conquistas feitas de anos de suor, lágrimas e luta.

2 comentários:

tobias disse...

e ao inves do governo investir estategias de prevencao ou infraestrutura pra esse tipo de situacao investiremos pesado em uma olimpiada copa do mundo que nao servira de nada pro povo
e foda

Hugo Castro disse...

isso se resume a falta de informação. Aonde vai parar eu tb não sei, mas se não tomarem as devidas providencias a tendencia é de mais catástrofes ao longo dos anos.

O povo está ali morando as margens de rios, em baixo de encostas e morros. A catástrofe só acontece porque existem pessoas nesses lugares, se não ouvessem óbviamente isso passaria desapercebido.

As autoridades tem que tomar drásticas providências, pois já se sabe e se tem mapeado todas as áreas de risco de SC, tanto para movimentos de massa que são os deslizamentos, desmoronamentos e etc, como para cheias de rios, e áreas de tornados. Eles sabem que áreas são esssas, agora precisam informar a população melhor sobre isso, alertar e se possível mudar as pessoas que residem ali para outras regiões. E olha Máurio tem uma outra coisa tb, tem muitas pessoas que sabem do risco que correm, e algumas delas até tem condições de irem pra outro local, mas não vão, querem ficar ali e ponto final. Esses "assinam" suas responsabilidades e depois querem chorar sobre o leite derramado, aí não dá!
Enquanto isso o pobre do agricultor tenta reconsturir sua casa no mesmo local achando que o "raio" não cairá novamente no mesmo lugar, mas isso por pura falta de informação mesmo.

... a falta de planejamento, infra-estrutura e informação ao povo é o que é mais triste nisso tudo.

A natureza está aí e vai continuar agindo através do clima, se o homem estiver ali na hora H, azar o dele, não é porque o homem quer que ela vai parar de agir, mas se o homem quiser pode tentar conviver com ela de uma maneira mais harmoniosa.