quarta-feira, março 26

Advinha quem ganhou?

Quase uma hora da manhã. Madrugada de quinta-feira aqui no Brasil. Sigo acordado, boquiaberto com o que acabo de conferir pela net – essa maravilha do mundo moderno.

Pude presenciar um verdadeiro espetáculo proporcionado por um cara que realmente nasceu para ser campeão. Bi, tri, tetra, penta, hexa, octa, e nem sei mais o que poderá vir...

Slater esteve novamente impecável! Foi mais uma atuação espetacular nas oitavas, nas quartas, na semi e também durante a final contra um difícil adversário, um determinado Bede Durbidge.

A vitória veio nos minutos finais quando a pressão estava toda sobre as suas próprias costas. Na direita que decidiu a fatura um aéreo muito alto, com as mãos na borda, para uma aterisagem perfeita e na seqüência um festival de rasgadas até a beira. Kelly tirou da onda o que precisava para virar o resultado e com certa folga badalou o sino.

Duas etapas. Duas vitórias incontestes. Tudo assim, fácil...

PS: Tô indo dormir, porém, antes não posso deixar de agradecer a Deus pelo dia que tive e, dessa vez a “Beach Byte” também vai entrar nas minhas orações...

Ah! Como é boa essa vida!

Andy vira freguês...

A condição do tempo e do mar lembrava em muito um desses Nescau Surf Energy – WQS, disputado numa manhã de domingo numa fria Joaquina nos anos 90.

Bells amanheceu assim, cinzenta nessa quinta-feira. O vento maral insistia em deixar as ondas pra lá de balançadas. E o ar gelado era mais um ingrediente desfavorável. Absolutamente nada instigava entrar naquele mar...

E foi nesse cenário que sentado em frente ao meu computador no conforto da minha casa acompanhei os duelos pelas quartas de final.

E dessa vez os “vermelhos” enfileiraram os “azuis”. O massacre começou cedo com Joel Parkinson sucumbindo a um Bede Durbidge preciso na escolha de ondas.

Depois foi a vez de Bobby Martinez contar com a sorte e a colaboração dos juizes para dispensar Mick Fanning. As notas 8,33 e 9,00 para o californiano foram mais que valorizadas pelo pessoal lá de cima do palanque.

Taj veio na seqüência e no confronto mais equilibrado pelas quartas venceu Reynolds por uma apertada vantagem. As ondas mais longas surfadas pelo australiano decidiram a seu favor.

Tenho certeza que Andy Irons deve ter pensado ao final da sua bateria contra Slater: O que eu estou fazendo aqui, remando a 30 minutos em condições medíocres enquanto minha mulher está lá fora me esperando?

O duelo foi um verdadeiro desastre para o havaiano tri-campeão mundial que já havia sido eliminado pelo mesmo Slater em Snapper. Kelly parecia estar sozinho no outside e logo nos primeiros 5 minutos fechou a contenda com um 7,17 e 8,17.

Andy literalmente afundou. E suas notas dizem mais do que qualquer outra linha aqui escrita: 0,43 na primeira tentativa. 1,33 na segunda tentativa de onda(?) (que entrou para o somatório). 0,27 e 1,07 na sua terceira e quarta onda e nada além de um mísero 1,47 nos últimos segundos. Resultado final: Slater 15,34 X Andy 2,80. Irons virando freguês...

O campeonato segue com larga vantagem para os camisetas vermelhas. Nas semis, Bede de vermelho, pega Bobby com a lycra azul e Taj (vermelho) encontra Kelly (azul). Se a risca for mantida, Bede e Taj fazem a final, e Bede (lá no alto na foto) balança o sino. Mas isso só irá acontecer se o careca 8x deixar...

Post publicado às 11h45. Na água Bede e Bobby buscam a primeira vaga para a final. Tá pegando fogo, embora as ondas estejam um grande bos..

Xandi absolvido...

O vereador de Florianópolis Alexandre Fontes, acusado de supostas irregularidades frente à Fecasurf, foi absolvido na última quinta-feira, 19 de março, pelo plenário da Câmara de Vereadores da Capital Catarinense.

Em votação secreta, por nove votos a cinco, os parlamentares não acataram o parecer do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, que na semana anterior decidiu afastar Xandi por 60 dias.

O vereador Gean Loureiro, relator do processo pelo afastamento, disse que a decisão teve caráter técnico e jurídico e negou qualquer ação partidária. “O plenário fez o seu papel de análise política e o resultado fortaleceu a democracia,” comentou.

Entenda o caso:

Em outubro de 2007, o vereador cassado Marcíllio Ávila apresentou documentos de recebimento de cerca de R$ 2 milhões dos cofres públicos pela Fecasurf, entidade então presidida por Xandi Fontes. O dinheiro fora repassado pelo governo do Estado e prefeitura de Florianópolis à Fecasurf desde 2005 para eventos esportivos internacionais – etapas do WQS e WCT realizados em Santa Catarina.

O problema seria o fato da lei orgânica do município e o código de ética da Câmara de Vereadores proibirem ao vereador gerir entidades e firmar contratos com o poder público, forma pela qual teriam concretizados os repasses.

Xandi, porém, garante que os recursos foram repassados por convênios, o qual seria legal e não visaria lucro.

Marcíllio também apresentou documentos apontando que funcionários da Câmara lotados no gabinete de Xandi teriam feito retiradas financeiras, grandes somas da conta da Fecasurf.

Agora entenda o que rolou nos bastidores:

Xandi Fontes (PP), membro do Conselho de Ética e do Conselho de Meio Ambiente da Câmara foi um dos responsáveis pela cassação dos vereadores Marcíllio Ávila (PMDB) e Juarez Silveira (sem partido), envolvidos na facilitação de documentação para construções irregulares na cidade de Florianópolis nos últimos anos junto aos órgãos públicos ambientais, durante a operação Moeda Verde desencadeada no ano passado pela Policia Federal.

Como destaque nas apurações das denúncias durante a Operação Moeda Verde, Xandi Fontes ganhou espaço na mídia e naturalmente se tornou um dos nomes mais fortes para uma futura candidatura a prefeitura municipal. A idéia do vereador cassado Marcíllio Ávila, com o aval do atual prefeito Dário Berger, era minar as futuras pretensões políticas e desgastar a imagem de Xandi junto à opinião pública.

terça-feira, março 25

Joel ao natural...

Terminou nesse instante a bateria de número dois, entre Neco e Joel Parkinson. Com a falta de ondas em Bells, a competição foi novamente transferida para Winkipop, outro pico de direitas logo ali ao lado. Mais um dia de campeonato em ondas aquém. O tão divulgado “circuito dos sonhos” da ASP permanece devendo.

E nesse cenário bucólico, com a praia vazia, sem público, com ondas apenas medianas é que acompanhei atentamente a primeira participação brasileira nos duelos pelas oitavas de final do Rip Curl Pro. E pra variar, só mais um pouquinho, nova derrota verde-amarela sem margem para qualquer discussão.

Embora o placar nos diga a verdade o confronto foi amplamente dominado pelo aussie: 16,27 X 12,57, numa disputa com poucas ondas e com Neco se “achando” nos instantes finais em duas direitas que acabaram entrando para o seu somatório, isso depois de desperdiçar uma boa chance ao cair na melhor direita que entrou em toda disputa.

Parko abriu o duelo com duas ondas muito parecidas. A melhor lhe valeu 6,67. E fazia um bom tempo que não via um lay-back tão bonito! Numa delas Parko depois de rabiscá-la de forma tão natural com as costas totalmente dentro d’água, praticamente deitado, inverteu a direção de sua prancha numa velocidade incrível.

Tolo eu em achar que já tinha visto tudo. Em outra direita, essa mais curta, Parko juntou duas manobras em um só movimento. Depois de acelerar e rasgar contra o lip, finalizou próximo da beira com um snap-back emendado num lay-back. Sua nota: míseros 3,50.

Faltavam ainda 7 minutos e Neco, sozinho boiava no outside. Joel se coloca mais no inside e aguarda por uma intermediária que teima em não aparecer.

Neco rema numa direita que surge do nada. E depois de uma cavada forte e explodir conta o lip, desfere três rasgadões característicos, jogando muita água pro alto (o segundo é ainda mais vertical), depois ainda passa por cima do telhado com um floater longo e na seqüência finaliza no inside com outro floater ainda mais longo. O 7,67 dado pelos juízes não caiu muito bem, principalmente quando se confere a onda pelo replay.

Restavam ainda 3 minutos e Parko dá o troco. É verdade! E tudo de uma forma muito natual. O drop seguido de uma rasgada e depois uma invertida pra lá de a-n-i-m-a-l. A rabetada jogou muita água e chegou a empolgar Toby Martin na locução. Não teve jeito e os 8,10 foi justo.

No último giro do ponteiro Neco bem que tentou mas suas manobras não tiveram tanta expressão o que lhe valeu apenas um 4,90.

Dizer o quê? Parko faz parecer que é tudo muito simples. Sua linha limpa, dispensa maiores comentários. Não faltou luta para o cabeção catarinense. É que do outro lado sobrou talento...

sexta-feira, março 21

Cornetagem...

Escrevi lá embaixo no post “Quem vai badalar”:

...Pedra está na 16º bateria fechando os confrontos da fase inicial do Rip Curl Pro contra Luke Stedman e Roy Powers. Acredito que aí sim o Pedra poderá surpreender. Sua linha se encaixa bem em Bells, uma onda com volume e bastante área. Aqui os três se equivalem. Qualquer prognostico é mera "cornetagem". Quem sabe Dornelles encontre boas direitas e consiga ir à frente...

Resultados dos brasileiros na primeira fase em Bells:

Somente Rodrigo Dornelles consegue avançar direto para o terceiro round. Os demais disputam a repescagem...

- Léo Neves X Jihad Khodr
- Adriano de Souza X Thiago Pires
- Neco Padaratz X Ricky Basnett
- Dane Reynolds X Heitor Alves

Agora os búzios me dizem que Jihad, Mineirinho e Heitor Alves – que será a grande surpresa da repescagem – avançam. Vale um din-din nessa aposta?

terça-feira, março 18

Castrinho era a salvação!

Camarada velho de guerra, das baladas noturnas em terras baixas, dos tempos dos tradicionais Brasil Surfe Renner, me manda email pra dizer que está vivo e na ativa.

Castro Pereira é um desses caras de alma tranqüila, serena, doce, de poucas, porém, amigas palavras. De rosto curtido pelo sol e de pele marcada de anos de beira de praia.

Longe de ser um malandro qualquer, vagabundo ou mesmo um autêntico rato de praia, estereótipo dado aos surfistas da época, Castro era um agitador e dos bons. Organizava campeonatos locais, desbravou o surfe gaúcho, e foi pioneiro como surfe-repórter no Brasil. Esse verdadeiro contador de histórias nunca teve a sua contada e tão pouco recebeu atenção por parte da mídia dita especializada.

Fez história nas ondas do rádio na Ipanema Fm logo no início dos anos 80 passando depois para a Rede Atlântida. Seus boletins diários, diretos das praias de Torres, mandados via orelhão, já que não existia a facilidade de um celular ou mesmo internet, eram aguardados como uma “benção” pelos fissurados surfistas da capital gaúcha e interior, distantes alguns bons quilômetros do mar. Para a surfistada que passava a semana na selva de pedra, Castrinho era a salvação!

Atualmente com 53 anos morando em Guaíba na região metropolitana de Porto Alegre – hoje pouco freqüenta os campeonatos, bem diferente do que acontecia nas décadas de 80 e 90 quando era figurinha fácil e parecia estar em todos os lugares ao mesmo tempo, sempre na maior vibração e com as últimas novidades na ponta da língua.

Castro de uns tempos pra cá resolveu sossegar, mas só um pouco como ele mesmo diz. Embora afastado das competições, mantem acesa a chama do surfe. Nesse momento se vira como pode e levanta uma grana trabalhando numa revistaria encravada na capital gaúcha. A revistaria Big Culture é um pico que fomenta a cultura surfe local. Lá todos têm acesso ao mundo das ondas através de livros, revistas, jornais importados além de acessórios para surfe e o skate.

É lendo os livros e conferindo as fotos dos jornais e revistas que Castro Pereira segue a vida de forma tranquila e se mantém no rip, atualizado, para quando um novo swell levá-lo novamente em direção ao mar...

segunda-feira, março 17

A droga do surfe...

A casa caiu para um tal de David Deodato da Silva, bodyboarder profissional, segundo o blogue surf 30, que tentava embarcar com uma prancha de surfe recheada para Amsterdan(?).

Clica aqui e saiba mais...

domingo, março 16

Quem vai badalar...

Faltam exatamente 48 horas, o prazo é dia 18, para o início dos pegas em Bells. O mais antigo campeonato de surfe válido pelo circuito mundial promovido pela ASP está prestes a começar. E não precisa ser nenhuma mãe Diná, basta dar uma rápida conferida nos confrontos já programados para a primeira fase para notar que os brasileiros terão muitas dificuldades nessa segunda etapa do Tour.

Na quarta bateria, Neco e Jihad pegam o havaiano Pancho Sullivan. Certeza de uma infinidade de rasgadões e muita, mas muita água pro alto. Taí um resultado difícil para se prever. Sullivan leva pequena vantagem em condições pesadas.

Na nona, Léo Neves tem a chance de dar o troco no australiano Taj Burrow, o que acho bem pouco provável, principalmente se o mar estiver baixo. E Logo na seqüência, será a vez do paulista “Mineiro” também tentar dar um revés no careca. Ué(!), será que Mr. Sleight vai estar em Bells? Seu nome aparece na relação das baterias. Resta saber se ele irá aparecer por lá. Em Snapper, Adriano de Souza jogou duro e foi um bravo, perdendo nos detalhes, por uma diferença de apenas 1 ponto num dos melhores heats válidos pela oitavas do Quiksilver Pro.

Na décima-quinta tem Heitor Alves contra Kieren Perrow e Damien Hobgood. Não será fácil competir nas pesadas e geladas direitas de back-side, embora as manobras do cearense estejam muito afiadas. Em ondas menores Heitor pode ter alguma chance. O cabra é osso duro e não vai vender barato uma nova derrota.

Pedra está na 16º fechando os confrontos da fase inicial do Rip Curl Pro contra Luke Stedman e Roy Powers. Acredito que aí sim o Pedra poderá surpreender. Sua linha se encaixa bem em Bells, uma onda com volume e bastante área. Aqui os três se equivalem. Qualquer prognostico é mera "cornetagem". Quem sabe Dornelles encontre boas direitas e consiga ir à frente.

Outros encontros prometem ser inspiradores. Na quinta bateria, o havaiano Andy Irons, que faz tempo não arruma nada, têm pela frente outros dois endiabrados. Jordy Smith foi quem mais me impressionou na etapa de Snapper e Chris Ward que não esteve na Gold pra se defender judicialmente de uma ação de agressão, vai em busca do tempo perdido. Tudo pode acontecer.

Confira abaixo quem já deu umas badaladas, aproveite e faça a sua aposta.

2007: Taj Burrow (AUS) 2006: Kelly Slater (USA) 2005: Trent Munro (AUS) 2004: Joel Parkinson (AUS) 2003: Andy Irons (HAW) 2002: Andy Irons (HAW) 2001: Mick Fanning (AUS) 2000: Sunny Garcia (HAW) 1999: Shane Dorian (HAW) 1998: Mark Occhilpo (AUS) 1997: Matt Hoy (AUS) 1996: Sunny Garcia (HAW) 1995: Sunny Garcia (HAW) 1994: Kelly Slater (USA) 1993: Damien Hardman ((AUS) 1992: Richie Collins (USA) 1991: Barton Lynch (AUS) 1990: Tom Curren (USA) 1989: Martin Potter (GBR) 1988: Damien Hardman (AUS) 1987: Nick Wood (AUS) 1986: Tom Carroll (AUS) 1985: Tom Curren (USA) 1984: Cheyne Horan (AUS) 1983: Joe Engel (AUS) 1982: Mark Richards (AUS) 1981: Simon Anderson (AUS) 1980: Mark Richards (AUS) 1979: Mark Richards (AUS) 1978: Mark Richards (AUS) 1977: Simon Anderson (AUS) 1976: Jeff Hakman (HAW) 1975: Michael Peterson (AUS) 1974: Michael Peterson (AUS) 1973: Michael Peterson (AUS)

Dia 29 na Mole...

Ficou para o dia 29 de março, no sábado seguinte após a páscoa, o evento promovido pela Comissão do Programa Bandeira Azul em parceria com a Associação Verde Futuro da Praia Mole. A idéia é reunir freqüentadores da praia e moradores locais em torno de ações ambientais. Além de campeonato de surfe, estão programadas também algumas atividades paralelas como cata ao lixo, plantio de mudas e colocação e reparo das cercas de demarcação da vegetação. No final de tarde estão programados shows acústicos com as bandas locais: Dazaranha e Iriê.

Ainda sobre a Mole...

Comentário, prá lá de criativo, do manezinho "Berloque Gomes" no blogue do Cacau sobre a praia Mole dos dias de hoje: Goihaba madura é qui nem a Praia Mole: tá sempre cheia de bicha, mô guri!!

O tempo passou...



Filme: Nos Embalos de Ipanema – 1978

Há trinta anos estreava nos cinemas “Nos Embalos de Ipanema”, primeiro filme nacional que colocou o surfe e a cultura praia em primeiro plano. No papel principal, um cara que nunca havia atuado até então. André de Biasi estrela do filme é o entrevistado desse mês nas páginas negras da revista Trip. O Lula do seriado de TV, Armação Ilimitada, o Valente do filme Menino do Rio, assistido por 3 milhões de pessoas, fala sobre a sua vida, relembra algumas histórias, de sua amizade com o parceiro Kadu "da porrada na ex-mulher" Moliterno, e comenta sobre a sua relação com as drogas, e novos projetos. Também fala de surfe:

“O surfe é como uma droga, pode te abrir a cabeça e pode te destruir...”

sexta-feira, março 14

The Search...

Deixe-me ir, preciso andar, vou por aí a procurar... Rir pra não chorar!



Cartola, com toda a sua magia….

segunda-feira, março 10

Os Super Catarinas...

Dessa vez não deu!

E perdi justamente numa ocasião pra lá de especial com dois catarinenses numa final de brasileiro. É que não pude estar na Joaca nesse fim de semana em função de compromissos particulares assumidos. Estive na praia no meio da semana e conferi alguns bons confrontos nas primeiras fases e vi também uma bela estrutura montada na beira da praia.

No domingo acompanhei de perto, on line, a bateria final do SuperSurf com Willian Cardoso e Jean da Silva, dois surfistas pra lá de talentosos da novíssima geração do surfe daqui.

É verdade que achei a final sem graça, com ondas muito fraquinhas e de quase nenhuma pressão. Mas final é sempre final. E ainda por cima dentro de casa. Willian surfou mais e mereceu levar. Na sua melhor onda, uma marola pra esquerda, acertou três batidas fortes de back-side, coisa que o Jean não conseguiu fazer.

Foi um final de semana de sol, de intenso movimento nas praias e de forte calor com temperaturas acima dos 30 graus. Foi também uma semanada de boas ondas. Na minha opinião, a melhor até agora nesse ano. Desde sábado passado não pára de dar ondas. Mesmo baixando, o mar ainda continua vivo nessa segunda-feira com marolinhas nos insides.

A previsão indica mudanças no tempo e no mar para as próximas horas. Uma frente fria avança e deve trazer chuva para terça-feira,11 deixando o mar em transformação. E tem tudo pra subir de novo...

quinta-feira, março 6

Mar de plástico...

A revista Veja desta semana traz uma impressionante estatística sobre o que os seres humanos vêm fazendo com os oceanos. Segundo o Programa Ambiental das Nações Unidas, existem 46 mil fragmentos de plástico em cada 2,5 quilômetros quadrados da superfície dos oceanos.

Isso significa que a substância já responde por 70% da poluição marinha por resíduos sólidos. E é sempre bom lembrar que qualquer pedaço de plástico ou outro tipo de lixo não orgânico jogado em qualquer esquina das cidades acaba indo parar nos oceanos. Ou seja, todos somos responsáveis.

Calcula-se que 267 espécies marinhas engulam resíduos plásticos ou os levem para seus filhotes julgando tratar-se de alimento. Há seis anos, uma baleia minke foi encontrada morta no norte da França com 800 quilos de sacolas plásticas no estômago.

Nota reproduzida do blogue do jornalista Cacau Menezes

terça-feira, março 4

Dizer o quê?

Slater passou de passagem por todos os seus adversários em Snapper. Seu momento mais complicado durante toda competição foi contra Jeremy Flores nos minutos finais na bateria válida pela semi-final. E seu maior oponente - se é que teve - nesses dias de Quiksilver Pro foi sem dúvida alguma um Adriano de Souza que, inspiradíssimo, surfou de forma inacreditável.

Ah, como eu gostaria de rever, agora com mais calma, para uma possível comparação, as ondas do Kelly 8,83 e do Mineiro 7,83, que definiram o embate no encontro das oitavas.

A força das notas que vem do mar:

1ª Fase
Kelly Slater 14.17 - Notas: 7,07 e 7,10
Rodrigo Dornelles 13.60
Michel Bourez 12,47

3ª Fase
Kelly Slater 17,93 – Notas 8,50 e 9,43
Heitor Alves 13,83

Oitavas
Kelly Slater 18,50 – Notas 8,83 e 9,63
Adriano de Souza 17,50

Quartas
Kelly Slater 17,00 – Notas 8,67 e 8,33
Andy Irons 10,94

Semi
Kelly Slater 15,47 – Notas 9,80 e 5,67
Jeremy Florres 15,17

Final
Kelly Slater 17,94 – Notas 8,67 e 9,27
Mick Fanning 15,23

Minha impressão:
"O que pode ter definido essa diferença de apenas 1 mísero ponto"?
Slater nos faz acreditar que é muito fácil surfar. Mas observando atentamente um Adriano de Souza pra lá de inspirado, nos damos conta que nem é tão simples assim...

segunda-feira, março 3

Assinale a opção correta...

Lembre-se, seja sempre positivo!
A pergunta é a seguinte:
O que passa na sua cabeça quando você chega numa praia e as ondas estão fechando?
- A) Puta, que roubada...
- B) Será que tá melhor em outro pico?
- C) Podia tá bem pior!
- D) Vai melhorar quando...

É assim que se faz, ó...

É assim que se dá na orelha...
É assim que se faz uma virada na base...
É assim que se puxa prá dentro...
É assim que se anda por cima do telhado...
... E é assim, que se assusta as criancinha...

domingo, março 2

Segunda Mole

O fim de semana foi de muita onda de norte ao sul do país. E a previsão que indicava chuva e ventos fortes acabou não vingando. Tanto no sábado como no domingo o sol predominou entre algumas nuvens aqui nas partes baixas do Brasil. O surpreendente sol arrastou muita gente pras praias catarinenses.

Na Mole teve campeonato com as disputas da etapa de abertura do estadual profissional com competidores de todos os cantos. No sábado as esquerdas de até 2,5m na série varriam os competidores no outside. Não estava fácil se posicionar lá fora em função da correnteza. Foi preciso ajuda dos jetskis da equipe Salva Surf para dar andamento nos embates.

No domingo o mar baixou, mas não perdeu pressão. Chegar lá fora precisava de muita disposição e remada. Como na próxima semana tem o SuperSurf, surfistas de todo Brasil usaram essa prova como treinamento. Foram mais de 120 inscritos. O evento termina nessa segunda.

Veja quem está nas quartas e pode levar um din-din:

1º Bateria
Willian Cardoso, Marco Polo, Guga Arruda, Alon Campestrini

2º Bateria
Marcelo Coutinho, Gustavo Santos, Fabrício Machado, Fábio Carvalho

3º Bateria
Tânio Barreto, Daison Pereira, Guilherme Ferreira, Andréas Eduardo

4º Bateria
Beto Mariano, John Junior, Márcio Farney, Giancarlo Zampieri

Madruagada monitorada...

E não é que consegui ficar acordado até altas horas da madruga nesse sábado para acompanhar o duelo dos brasileiros direto lá na Gold? E pelo que pude ouvir pela transmissão dos homis de microfone na mão, mais de uma montueira de surfnautas também abandonou os embalos de sábado a noite para conferir os pegas da terceira fase.

Enquanto me ajeitava na cadeira em frente ao micro e preparava um lanchinho para segurar o cair da madrugada, me divertia às risadas com as mensagens encaminhadas para os “louco-tores”, os irmãos Eduardo Orelha e Guto “assassinaram a gramática” Amorim, tendo ainda o santista Piu Pereira nos comentários e a participação mais que especial do Renato “Livramento” Hickel.

Entre um biscoitinho e outro, gostei de ver o surfe do babaca, otário, marrento (segundo o texto do Guaraná na última Fluir) do Dean Morrison contra o queridinho da mídia gringa, Dane Reynolds. Que o galego surfa bem, disso não tenho dúvidas, mas ainda falta-lhe tática de competição. E isso só virá com o tempo. Enquanto Reynolds perdia preciosos minutos escolhendo ondas como se estivesse numa session de free-surf, Dean acelerava e verticalizava em todas as marolas que apareciam a sua frente.

Em seguida o outro estreante no WCT não deu mole pro azar. Jordy Smith atropelou sem dó nem piedade o californiano-mexicano, ou seria mexicano-californiano Bobby Martinez? Jordy definiu a bateria com duas direitas espetaculares alcançando notas altíssimas. Ambas acima dos 9. Assim, fácil, simples. O que todo mundo espera de um top da ASP: Em cada onda várias enxadadas. E onde passava o bico da sua prancha, passava também a rabeta numa seqüência impressionante associada a uma velocidade absurda e precisão cirúrgica. O bonito back-side do careca não foi páreo para o front-side do Smith. Bobby pegou o caminho de casa de combi.

As longas direitinhas que até então rolavam com boa formação nas baterias anteriores tinham que desaparecer logo no embate dos dois brasileiros? Acho que não só eu, mas muita gente não gostou nadica de nada do que viu pela net.

Que pobreza de surfe apresentado pelos dois brasileiros. E que enorme oportunidade perdida por ambos. Caso estivesse sendo cobrado ingresso do grande público presente, o valor teria que ser devolvido na integra. Muita gente iria denunciar ao Procon. Aliás, um crowd infernal invadiu o pico. E tava apinhado de brasileiros com cangas coloridas e bandeiras brasileiras nas mãos em ritmo de carnaval fora de época.

Mas como ia dizendo, a bateria foi de pouca, ou quase nenhuma emoção. A coisa demorou pra esquentar. Se é que esquentou. A primeira onda foi do Léo. Não teve nada demais e valeu os 6,17 dado pelos juízes embora com as reclamações dos surfnautas pra cima do quadro de juízes. Neco caiu em sua primeira tentativa e somou apenas 1,00. Léo verticalizou em sua segunda onda, embora sua prancha tenha ficado um pouco presa na espuma. E não é que essa onda 7,83 acabou sendo a melhor do tão aguardado encontro.

Neco bem que tentou dar o troco e voltar para o jogo. Numa onda da série, o Cabeção aplicou suas já características rasgadas. Foram cinco na seqüência. Todas jogando bastante água pro alto. Porém, Neco, continua sendo muito previsível, utilizando muito o fundo da prancha. O catarinense precisa, urgentemente, renovar o seu repertório de manobras para o decorrer do Tour. A vida será dura se mantiver a sua performance focado apenas nas rasgadas de front. Os juízes avaliaram como uma onda apenas razoável: 5,83. O tempo passava rápido e nada de uma nova série apontar no outside.

A essa altura o sono já se manifestava. Mas ainda faltavam 12 minutos. Quem sabe algo poderia acontecer? Enquanto os dois aguardavam pacientemente pelas ondas posicionados muito no fundo, enquanto as ondas em função da maré quebravam mais no inside, o pessoal da transmissão mostrava imagens do evento. E dá-lhe cenas do helicóptero, do público na praia, do palanque. Chegaram inclusive a dar um replay na melhor onda do Dane Reynolds, só porque ele estava sendo entrevistado junto a turma do Bush.

Já nas últimas voltas do ponteiro, Neco resolve remar para próximo das pedras. Numa onda da série aplica um floater e quando parte para a segunda manobra, cai de forma inexplicável. Neco ainda remou em mais uma onda e veio em outra que surgiu lá fora. Ao tentar um lay-back e na sequência empurrar a rabeta contra o lip, desequilibrou-se. Não deu. Léo agora aguarda Mick Fanning no próximo encontro e terá que surfar acima da média pra conseguir alguma coisa.


Pois mal a sirene soou, lá veio o endiabrado Mick Fanning num ritmo impressionante surfando em menos de quatro minutos duas ondas high-score 7,00 e 8,50 e marcando incríveis 15,50 contra o novato a atônito Julian Wilson.

Fui dormir com uma sensação estranha. Me perguntava se havia faltado boas ondas ou atitude na bateria entre os dois brasileiros. Enquanto Mick, voltava para o outside carregado pelo jetski, resolvi desligar o meu computador. O resultado dessa bateria eu já sabia!