domingo, junho 15

Julho é tempo de férias...

Dias desses recebi convite de amigos para dar um pulo até a Nicarágua. Nada mal tirar alguns dias de folga em busca de novas emoções pela América Central. Eles embarcam no próximo dia 5.

Já não é o primeiro convite que recuso. No verão várias barcas rolaram para o Chile, Peru, Costa Rica e Noronha. São todos fissurados, que passam o ano dando duro no trabalho em repartições públicas, empresas, colégios, guardando algum dinheiro extra para nas férias renovar a alma atrás de boas ondas.

Quando comento que não posso ir em função do meu emprego, pois não tenho ninguém que me substitua na apresentação dos boletins nas rádios, eles não acreditam. Completo em novembro 10 anos no ar sem férias. Mas isso não me incomoda, já que fico com os dias livres após cada flash, sem falar nas curtas viagens que faço pelo Brasil cobrindo as etapas do WQS.

Nas antigas, bem nas antigas, no tempo em que minhas madeixas atrapalhavam meus olhos, e que roupa de borracha era artigo de luxo, o mês de julho era sinônimo de pé na estrada em direção ao sul do Estado.

Sair de Floripa, ruma a BR 101, aos 15, 16 anos era algo pra lá de especial. De ônibus, de carro, com alguns minguados no bolso, na companhia dos amigos em direção as ondas de Imbituba, Garopaba e Farol de Santa Marta era tudo pra mim.

Dias desses encontrei com o Gabirú – aquele mesmo, da Variant 72 verde caganeira – era com ele, o mais velho da turma, que íamos à praia nos fins de semana. Demos boas risadas ao lembrar das roubadas e situações pra lá de engraçadas que passamos, como essa aí da foto - estou em pé segurando a prancha - numa chegada triunfal, de carroça, aos molhes de Laguna em 86, depois de abandonar um ônibus catinguento.

O tempo tratou de fazer cada um seguir seu caminho. Gabirú (moletom marinho) se formou em veterinária e hoje administra a fazenda da família. Casado, sua esposa espera para breve um bacuri.

Nelson (moletom amarelo) não surfa mais. Virou técnico de Futsal e coordena o clube profissional da Tupper, equipe que disputa o estadual da modalidade nas categorias de base.

Jorge Costa (moletom vermelho) é shaper. Mora no sul da Ilha e entre uma encomenda e outra, se diverte nas direitas do Morro das Pedras e do Campeche.

Combinei com o Gabirú de reunirmos o pessoal para um fim de semana em família em Itapirubá. Ele gostou da idéia e garantiu que vai ligar para o resto da raça. Mesmo sem surfar há mais de 15 anos, disse-me sorrindo que vai nos botar em "combination"...

2 comentários:

Surf4ever disse...

Máurio, parece que a tua voz continua a mesma, mas os teus cabelos...hehehe

O relato faz refletir o quanto é difícil continuar surfando na medida que o tempo passa. Pelo que entendi, da foto só tu e o Jorge Costa continuam. Não é nada fácil conciliar o surf com todos os outros aspectos da vida.
Abraço,
Gustavo

Maurio Borges disse...

Fala Gustavo, tudo bom!

De toda turma de amigos, hj em dia são bem poucos os que ainda pegam onda. Dias desses preparando um texto e revedo outras fotos das antigas observei que a grande maioria dos meus camaradas partiu em busca de outras paisagens...

Abração
MB