terça-feira, outubro 23

Pra poucos...

Simão Romão ao sair d’água na praia Brava deu uma mordida arrancando um pedaço da borda da sua prancha após ouvir da locução o resultado de sua bateria. Neco foi outro. Depois de arrebentar na sexta-feira (terceiro round), e no sábado (oitavas), com um surfe pra lá de animal, saiu esperneando e aos gritos quando soube da sua derrota para Vitinho e Jano Bello nas quartas de final. Isso sem falar nos xingamentos e gestos obcenos (tanto dentro como fora d’água) por parte de alguns competidores aos juízes ao longo do evento.

O freak paulista Hizunomê Bettero mandou um aéreo muito aaaaaaallltttooooooooo – assim mesmo, pra você amigo leitor ter uma vaga idéia da altura e da dificuldade na realização da manobra, e sua nota ficou um pouco acima de 5 e qualquer coisa. E aí vem a pergunta: Os juízes erraram?

Incrível saber como o julgamento num evento de surfe, mesmo nos dias de hoje, seja naquele campeonatinho de fim de semana entre amigos, ou numa etapa de QS e CT continua sendo tão subjetivo. E algo precisa ser feito. Urgente.

Por mais que se busque um critério, que se crie uma atmosfera em torno dele, ainda assim, a avaliação seja de uma onda, uma manobra, ainda continua dando margem a inúmeras interpretações.

E como é difícil aceitar a derrota. Muitos não entendem e discutem, esbravejam, xingam, e também não estão errados, afinal é da natureza humana se manifestar, extravasar. A verdade é que julgar o surfe de uma outra pessoa envolvendo aí determinadas particularidades reunidas (estilo+velocidade+pressão+onda) não é tarefa das mais fáceis.

Vida dura essa dos juízes. Isso sem falar que em num campeonato só quem vai embora amarradão é aquele que há poucos minutos esteve no topo do pódio durante a entrega da premiação.

Discutir (leia-se, discussão salutar) entre os próprios envolvidos já não é tarefa tão simples como parece, pois todos se acham donos da própria verdade – e cada qual têm a sua – imagine então com o grande público...

2 comentários:

Anônimo disse...

Eu tenho uma solução "utópica": Escolher por sorteio, e de forma rotativa, os próprios atletas, para julgarem os seus colegas de profissão. Duvido que eles queiram sentar no "hot seat".

Surfe Catarinense disse...

O choro sempre fez parte, na pesquisa dos eventos pro blog vez por outra esbarro em algum mico no palanque. Carroll em Biarritz em 1991, Todd Holland no Op de 1993, Gary Elkerton em Lacanau em 1994... esse último aliás tentou julgar e não conseguiu. Ossos do ofício - errar, se indignar e lidar com isso. O que não significa que o sistema não possa melhorar.