quinta-feira, julho 20

O Tempo com "T" maiúsculo praticamente parou...

Uma chuva fina caía. Aquele não seria um final de tarde qualquer...
Os mais encarnados em surfe, principalmente uma galera das antigas, que acompanhou através de revistas e filmes a cena dos anos 80, teria a oportunidade de conferir pela primeira vez um dos surfistas mais copiados e idolatrados de todos os tempos em ação.
Depois de rodar o mundo e conquistar por três vezes o título mundial, o “Mestre do Estilo”, mesmo já quase pendurando a cordinha, enfim veio a Santa Catarina competir como convidado em uma etapa do circuito.
O locutor do Onbongo Pro Surfing chama Tom Curren para pegar sua lycra no palanque. O frenesi na praia aumenta e, enquanto eu caminhava sozinho pelo gramado do platô na praia Mole, próximo ao palanque, em busca de um lugar para me proteger do vento sul que soprava forte, pensava no tão fantástico momento que presenciaria.
Uma sólida ondulação de sul gerava ondas alinhadas, rápidas, acima dos dois metros e com as maiores da série fechando. Uma pena. As condições realmente não estavam nada favoráveis.
Em todo o confronto, Tom surfou quatro ondas e a sua segunda foi sem dúvida a melhor. Nela, Curren remou atrasado e despencou com o lip sobre suas costas. Cavou com muito estilo – mostrando as quilhas para quem estava na areia –, subiu com velocidade ajeitando o corpo para rasgar a face da onda e projetar muita água para o alto. Ainda verticalizou sua prancha com duas belas batidas, finalizando no inside com um snap-back perfeito.
Durante toda a bateria um imenso silêncio se apoderou da praia. Pude perceber que ninguém se mexeu. Todos estavam voltados para o mar. Praticamente o Tempo, assim mesmo, com “T” maiúsculo, parou. E ao sair do mar, classificado em segundo atrás do havaiano Pancho Sullivan, Tom foi aplaudido por todos.
Tenho certeza que os aplausos não eram somente por sua performance. Na verdade o público queria mesmo é, de alguma forma, retribuir tudo que Tom Curren representa para o surfe. Valeu a pena ter esperado todos esses anos.
Aquela bateria fechou o segundo dia de disputas e, saindo da praia, no caminho até o estacionamento, eu pensava em tudo que acabará de assistir. Contente por ter acompanhado mais um fantástico momento da história do surfe.
Foi como estar no Maracanã e ver Pelé marcar seu milésimo gol. Foi como assistir Magic Johnson voar para uma de suas cestas maravilhosas. Um astro, uma lenda.
De certa forma me senti um privilegiado. No dia seguinte as ondas baixaram, pioraram e Curren perdeu... Mas isso já é outra história.
Nota: Tom Curren é Surfigueira!

sábado, julho 15

Deve haver uma saída...

Deve haver um caminho para fora daqui, disse o coringa para o ladrão.
Há muita confusão aqui.
Não consigo alivio!
Negociantes bebem vinho...
Semeadores cavam a minha terra. Nenhum deles conhece o limite!
Há muitos entre nós que acham que a vida não passa de uma grande piada...
Letra da música "All Along The Wachtower" da banda irlandesa U2, em show gravado no ano de 1989 em San Francisco no dia em que o rock'nroll parou o trânsito da cidade cafiforniana...
17 anos depois, em Sampa, o que parou o trânsito e o dia-a-dia dos anônimos-trabalhadores-esquecidos, foi a violência urbana...

quinta-feira, julho 13

O mais "doido" dos "doidos"...


Aumenta que isso aí é Rock and Roll...
13 de Julho!
Dia mundial do Roqui Errou"....

Então, saúde ao mais doido dos doidos. O Anjo Maldito Sergio Augusto Bustamante, Serguei!

quinta-feira, julho 6

Tela salgada...

Mais uma edição da Mostra Surfe Agosto foi confirmada. A Fundação Catarinense de Cultura, responsável pelo Cinema Nossa Senhora do Desterro, anexo ao Centro Integrado de Cultura – CIC, liberou as noites de quinta-feira. Quando recebi a notícia da confirmação por parte do Sr Gilberto Gerlach, fiquei satisfeito em saber do interesse da FCC em apoiar mais uma vez essa iniciativa.

O projeto que começou há seis anos de forma despretensiosa vem evoluindo. Nesta edição estão confirmadas as apresentações dos filmes: Na abertura no dia 3 o novo filme da Volcom Creepy Fingers. Letting Go da Quiksilver no dia 10, Passion Pop da Billabong no dia17, Intersession da HB no dia 24 e no dia 31, e fechando a Mostra Surfe Agostode 2006 com o lançamento nacional do filme Quintal de Casa, produzido pelo video maker carioca Rafael Mellin com a performance da equipe Hang Loose.

Durante esses anos não tenho do que reclamar do público que sempre lotou as duas sessões por noite. Em algumas oportunidades tivemos que realizar sessões extras de tanta gente do lado de fora. As apresentações são sempre uma grande festa, com sorteio de prêmios e distribuição de inúmeros brindes. Foram mais de 15 pranchas e 20 blocos, isso sem falar em dvds, cds, camisetas, bonés...

Que eu saiba não existe nada igual nesse estilo no Brasil. No ano passado foi realizado em São Paulo uma Mostra Internacional de vídeos e filmes de surfe – organizada pelo Romeu Andreatta, editor da revista Alma Surf. Eu não estive presente, mas li alguns artigos comentando o evento e também ouvi bons comentários de quem esteve por lá.

Iria ser alucinante se em cada Estado, anualmente, fosse realizado um evento dentro desse perfil. Imagina uma mostra dessas acontecendo no Rio Grande do Sul, Paraná, Sampa, Rio de Janeiro, Bahia...

Promocionalmente seria interessante também para as marcas envolvidas, já que os filmes são uma ótima ferramenta de marketing, ajudando no processo de formação da imagem da marca, isso sem falar no público que teria a oportunidade de conferir de perto toda a emoção do surfe na telona do cinema...

Após cinco edições ainda não consegui realizar sessões somente com produções locais. É um antigo sonho que eu acredito possa realizar em breve. Embora já tenha rolado curtas do videomaker Bruno Bez e o filme do Guga Arruda – acho ainda que é muito pouco.

Recentemente os amigos Edu Niguiri, Fabio Tortinha, o Mr. Torta e Dudu Schultz produziram o vídeo “Ciclone” com imagens impressionantes colhidas na praia da Joaquina no maior swell dos últimos anos que rolou em toda costa catarinense no início do mês de junho. Esse curta de aproximadamente 25 minutos de duração já está inscrito no Festival de Gramado participando na categoria documentário e é bem possível que aconteça uma sessão especial com a apresentação do Ciclone na nossa Mostra no CIC.

Mais informações no site www.s365.com.br

segunda-feira, julho 3

A casa caiu...



É... Não deu! Fazê o quê?

Foi um final de semana de altas ondas em toda costa catarinense. O mês de junho foi atípico, afinal nunca se viu e se surfou tantas ondas de qualidade por essas bandas. Realmente não se tem do que reclamar. Julho chegou e elas continuam bombando...

Já por outro lado - bem distante do nosso litoral, a seleção brasileira desandou. Com um futebol meia boca, de pouca criatividade e sem inspiração, fomos novamente derrotados pelos azuis, numa atuação brilhante de Zidane e Cia...

Agora, passadas as emoções da Copa da Alemanha de 2006, nosso "enganador", ôpa, treinador, após inúmeras desculpas já desembarcou na terrinha e de contrato novo. Os prinicipais sites dão conta e informam em suas páginas que o técnico (?) Carlos Alberto Parreira fechou um novo contratado, onde irá receber uma boa soma de verdinha. Ele será o novo treinador de um time que tem a sua cara: Tabajara Futebol Clube.

De acordo com o clube, com a saída inesperada do meia "Marrentinho Carioca", a diretoria do pior time do mundo, o Tabajara, conseguiu encontrar no concorrido mercado mundial um debochado a altura prá zoar com a nossa cara...

Aí Zagallo, anota aí... prá sua coleção!

Brasil e França tem 13 letras!

Deus é brasileiro...


É, já estamos nas quartas de final. Vamos ter mais uma pedreira no sábado. Que venham os azuis!

A Fecasurf confirmou em nota oficial nesse meio de semana que a etapa brasileira do WCT de 2006 vai mesmo rolar na praia da Vila na Zimba. Acredito que tenha sido a melhor maneira encontrada por parte dos dirigentes, leia-se Xandi Fontes, Teco e Avelino Bastos, após pressão por parte dos integrantes da cúpula da ASP. Após três edições com tudo preparado para rolar na Ilha, a velha e boa Joaca não deu sequer sinal de vida, negou fogo e tudo (estrutura) teve que ser levado para a praia da Vila.

Acredito que agora, já com a definição da praia da Vila como sede principal, tudo fique muito mais fácil. A indefinição diária de onde o evento vai rolar acaba de certa forma desgastando os atletas, staff e imprensa. Além disso tem a porra da BR 101 que ainda está em recuperação e com obras em ritmo lento para a sua duplicação.

No ano passado foi complicado trabalhar na cobertura dessa etapa. Algumas informações eram somente divulgadas para os veículos da Rede Globo, RBS TV, Atlantida e Diário Catarinense. Os demais jornalistas ficavam a vêr navios, literalmente, e a reclamação foi geral! Espero que nesse ano as coisas aconteçam de forma mais clara e sem privilegiar alguns poucos...

Já dentro d'água estamos assistindo uma das temporada mais fantásticas de todos os tempos! Após a etapa realizada nas olas Mexicanas e a vitória do havaiano Andy Irons sobre Taylor Knox e sua consequente aproximação na ponta do ranking, encostou no Mr Slater - a diferença hoje é de apenas 100 pontos e ainda faltando algumas etapas para a prova no Brasil, a tendência é que as disputas fiquem ainda mais equilibradas.

Para nós meros mortais só nos resta aguardar e ficar na torcida por pelo menos boas ondas durante as disputas na Vila, afinal o título de mais uma temporada do Tour da ASP poderá ser decidido aqui no quintal de casa...