Você que me lê, sabe dizer, quem foi o primeiro campeão mundial lá nos longínquos anos 70? Lembra, por acaso, qual o pico preferido do Tom Carroll na Austrália? E quem levou aquela final épica entre Curren e Occy no Op Pro na Califa?
Essas são algumas perguntas relativamente fáceis de serem respondidas, principalmente se você é um cara mais velho e está envolvido com o surfe há alguns bons anos. Esses assuntos são geralmente mencionados nas rodas de amigos, das antigas, naqueles bate-papos revival. Quem viveu naqueles anos sempre tem algo para contar.
Mas também existe uma moçada que não está nem aí para datas, rankings, resultados de campeonatos e outros acontecimentos marcantes nesse mundo das ondas. Muitos até lembram, mas não absorvem a informação. Outros, realmente, dão de ombros...
Eu mesmo tenho um primo que se amarra em surfar, mas nunca gostou desse lado, digamos, competitivo do surfe. Seu maior prazer ainda é, e lá se vão trinta e poucos anos, sentir a água salgada pelo corpo logo nas primeiras horas da manhã. Costuma chegar à praia invariavelmente antes do primeiro raio de sol e já está pronto, arrumado, para ir embora quando o crowd está começando a se formar. A sua maior fissura ainda está em caminhar pela praia deserta, remar até o outside e pegar a primeira onda do dia.
E mesmo gostando tanto do surfe, pegando onda quase que diariamente, não costuma ler nada relacionado ao assunto. Jamais comprou uma revista especializada. Para ele, Fluir, Hardcore, Surfing, Surfer e Alma Surf, não significam nada. E mesmo com as facilidades do mundo virtual, não possui o menor interesse em visitar uma página na internet para saber as últimas novidades ou conferir a chegada de um novo swell. Avesso ao mercado, para ele os donos das empresas de surfwear morreriam de fome...
Outro dia, enquanto conversávamos, disse que não acreditou quando me ouviu pelo rádio, informando que tinham altas ondas. Perguntou-me como tive a coragem de chamar o crowd num dia de ondas perfeitas, e por mais que eu tentasse explicá-lo que essa é a minha função como surfe-repórter, não aceitou.
Alienado? Extremista? Que nada. Cuíca (é o seu apelido) é um cara tranqüilo, boa gente, inteligente, viajado, com duas faculdades, além de inúmeros cursos, pós, doutorado e coisas mais. Além de ser um cara do bem, uma grande figura, na verdade o que o difere dos demais mortais é que para ele o surfe é simplesmente um momento de puro prazer. Exímio tube-rider, se garante andando por trás da cortina quando o mar sobe.
Por vezes, quando estou envolvido na organização de campeonatos, na promoção de eventos, ou mesmo na correria do dia a dia do boletim para a rádio e no serviço que disponibilizo pelo telefone, chego a acreditar que ele é quem tem razão...
Essas são algumas perguntas relativamente fáceis de serem respondidas, principalmente se você é um cara mais velho e está envolvido com o surfe há alguns bons anos. Esses assuntos são geralmente mencionados nas rodas de amigos, das antigas, naqueles bate-papos revival. Quem viveu naqueles anos sempre tem algo para contar.
Mas também existe uma moçada que não está nem aí para datas, rankings, resultados de campeonatos e outros acontecimentos marcantes nesse mundo das ondas. Muitos até lembram, mas não absorvem a informação. Outros, realmente, dão de ombros...
Eu mesmo tenho um primo que se amarra em surfar, mas nunca gostou desse lado, digamos, competitivo do surfe. Seu maior prazer ainda é, e lá se vão trinta e poucos anos, sentir a água salgada pelo corpo logo nas primeiras horas da manhã. Costuma chegar à praia invariavelmente antes do primeiro raio de sol e já está pronto, arrumado, para ir embora quando o crowd está começando a se formar. A sua maior fissura ainda está em caminhar pela praia deserta, remar até o outside e pegar a primeira onda do dia.
E mesmo gostando tanto do surfe, pegando onda quase que diariamente, não costuma ler nada relacionado ao assunto. Jamais comprou uma revista especializada. Para ele, Fluir, Hardcore, Surfing, Surfer e Alma Surf, não significam nada. E mesmo com as facilidades do mundo virtual, não possui o menor interesse em visitar uma página na internet para saber as últimas novidades ou conferir a chegada de um novo swell. Avesso ao mercado, para ele os donos das empresas de surfwear morreriam de fome...
Outro dia, enquanto conversávamos, disse que não acreditou quando me ouviu pelo rádio, informando que tinham altas ondas. Perguntou-me como tive a coragem de chamar o crowd num dia de ondas perfeitas, e por mais que eu tentasse explicá-lo que essa é a minha função como surfe-repórter, não aceitou.
Alienado? Extremista? Que nada. Cuíca (é o seu apelido) é um cara tranqüilo, boa gente, inteligente, viajado, com duas faculdades, além de inúmeros cursos, pós, doutorado e coisas mais. Além de ser um cara do bem, uma grande figura, na verdade o que o difere dos demais mortais é que para ele o surfe é simplesmente um momento de puro prazer. Exímio tube-rider, se garante andando por trás da cortina quando o mar sobe.
Por vezes, quando estou envolvido na organização de campeonatos, na promoção de eventos, ou mesmo na correria do dia a dia do boletim para a rádio e no serviço que disponibilizo pelo telefone, chego a acreditar que ele é quem tem razão...
Respostas lá de cima: O australiano Peter Townend foi oficializado como o primeiro campeão mundial em 76 no circuito organizado pela extinta IPS. North Narrabeen é pico favorito de Carroll quando está em casa. Curren faturou o Op Pro de 86, embora muitos digam que Occy quebrou durante aquela final numa Huntington beach lotada.
7 comentários:
esse textinho tá um tralálá fudido hein amigo. nunca ouvi falar em Cuíca, a não ser de grupo de samba. tube rider??? Onde? Em que praia. Ah, para né Maurio, não me amola.
Take it easy, Fernandinho...
Meu primo se chama Lamartine Richard, o Júnior ou Cuíca. Ele é das antigas, das primeiras gerações do surfe ilhéu. Durante muitos anos morou em Canasvieiras e surfava junto com o seu irmão mais velho, o Rato Richard, esse mais conhecido, na praia do Santinho. Hoje com uns 45 anos, careca, e um pouco mais barrigudinho, mora na Barra da Lagoa com a esposa e o filhão. Geralmente surfa no Moçamba, bem cedinho. Pode ser que tu não o conheças mesmo. É que quando o crowd tá começando a chegar ele já está a caminho de casa...
Aquele abraço!
Cuíca!!! Esse eu conheço de tempos, assim como o irmão dele - o Ratinho. Bons tempos aqueles em que surf-repórter era olhar para as nuvens "rabo-de-galo" e sacar que os dias de santinho de gala estavam por terminar porque o vento sul tava chegando e os Ingleses iria bombar em breve. Um grande abração!!!
Tô assistindo o WQS em Sunset. Fiquei pasmado com o tamanho do Johnny Boy Gomes. O bicho tá uma baleia. Que decadência!!!
Rato Richard eu conheço e esse não pega mais nem cachumba. decadência, tipo a do Boy Gomes!!! e os Ingleses, bem... essa onda foi extinta faz tempo.
Máurio,
Occy arrastou o OP seguidamente, em 85 e 86, deixando a multidão californiana sem saber o caminho de casa até hoje.
A disputa pela bóia é antológica.
Abrazzo
Julio
Ôh, Fernadinho!! Que bom que tu acha que as ondas dos Ingleses acabaram. É menos um no maldito crowd dos dias clássicos. Aliás, a última ondulação de leste deixou saudades...
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