O homem deixa sua "contribuição" após um dia de sol na praia
Não lembro exatamente o ano, mas acredito que deva ter sido 88, ou seria 89? Caracas, tô precisando tomar “memoriol”... Como ia dizendo foi durante um desses Hang Loose Pro Contest, disputado na Joaquina, que o tempo não colaborou e as finais foram disputadas sob chuva e vento forte.
Se em 86, na primeira edição saiu tudo a contento com altas ondas, swell épico de leste, esquerdas de 10 pés lá trás da pedra Careca e sol todos os dias, nas edições seguintes a coisa não foi bem assim...
Nessa época eu estava começando como surf-repórter na rádio Antena 1 Fm. Minha função era a de buscar fatos e curiosidades de tudo o que acontecia nos bastidores. Lembro que a RBS-TV transmitiu ao vivo os dois últimos dias de confrontos. Acredito até que tenha sido a primeira transmissão de uma emissora brasileira direto da praia.
A apresentação comandada por Marcus Ouriques era avalizada pelo shaper Avelino Bastos, que de forma ponderada procurava passar aos telespectadores as noções básicas desse universo um tanto quanto “complexo” de manobras, somatórias, classificação, baterias e repescagens.
Mas era na beira da praia que estava o problema já que a repórter não entendia absolutamente nada do riscado. O pessoal da imprensa de outros veículos acompanhava as baterias pela tv numa sala montada junto ao terminal turístico e ao mesmo tempo se divertia com as “cagadas” ao vivo da intrépida repórter.
Num certo momento, empolgada, ela invadiu o mar com microfone em punho para entrevistar o carioca Pedro Muller que acabara de competir. Ao se aproximar do Águia que havia vencido uma bateria do Peak Trials, ela manda a seguinte pergunta...
Pouca gente viu você ganhar essa disputa. Com esse tempo chuvoso, pouca gente na beira da praia, isso não é chato para um competidor? Pedro, na sua tranqüilidade habitual, respondeu que disputar um campeonato em condições de chuva era ótimo porque não havia aquele assédio do público e que com isso a sua concentração era bem maior e tudo rolava de uma maneira tranqüila, sem tanto burburinho. A essas alturas, a repórter não entendeu mais nada e incrédula voltou aos estúdios...
Fico amarradão quando a previsão do tempo indica chuva para o final de semana, principalmente durante a temporada de verão e em feriados prolongados quando o crowd em nossas praias é bem maior. Nesse carnaval uma frente fria trouxe chuva acompnhada do vento sul.
Não, eu não estou de mal com a vida! A verdade é que não aprendemos ainda curtir um dia de sol em nossas praias. Somos muito mal educados ao deixar-mos pela areia, copos plásticos, bitucas de cigarro, cocos, pauzinho de picolé, embalagens de biscoitos. E não me venha com esse papo de que surfista está realmente preocupado com a preservação das nossas praias...
Enquanto não tivermos consciência, que venha o temporal...
Se em 86, na primeira edição saiu tudo a contento com altas ondas, swell épico de leste, esquerdas de 10 pés lá trás da pedra Careca e sol todos os dias, nas edições seguintes a coisa não foi bem assim...
Nessa época eu estava começando como surf-repórter na rádio Antena 1 Fm. Minha função era a de buscar fatos e curiosidades de tudo o que acontecia nos bastidores. Lembro que a RBS-TV transmitiu ao vivo os dois últimos dias de confrontos. Acredito até que tenha sido a primeira transmissão de uma emissora brasileira direto da praia.
A apresentação comandada por Marcus Ouriques era avalizada pelo shaper Avelino Bastos, que de forma ponderada procurava passar aos telespectadores as noções básicas desse universo um tanto quanto “complexo” de manobras, somatórias, classificação, baterias e repescagens.
Mas era na beira da praia que estava o problema já que a repórter não entendia absolutamente nada do riscado. O pessoal da imprensa de outros veículos acompanhava as baterias pela tv numa sala montada junto ao terminal turístico e ao mesmo tempo se divertia com as “cagadas” ao vivo da intrépida repórter.
Num certo momento, empolgada, ela invadiu o mar com microfone em punho para entrevistar o carioca Pedro Muller que acabara de competir. Ao se aproximar do Águia que havia vencido uma bateria do Peak Trials, ela manda a seguinte pergunta...
Pouca gente viu você ganhar essa disputa. Com esse tempo chuvoso, pouca gente na beira da praia, isso não é chato para um competidor? Pedro, na sua tranqüilidade habitual, respondeu que disputar um campeonato em condições de chuva era ótimo porque não havia aquele assédio do público e que com isso a sua concentração era bem maior e tudo rolava de uma maneira tranqüila, sem tanto burburinho. A essas alturas, a repórter não entendeu mais nada e incrédula voltou aos estúdios...
Fico amarradão quando a previsão do tempo indica chuva para o final de semana, principalmente durante a temporada de verão e em feriados prolongados quando o crowd em nossas praias é bem maior. Nesse carnaval uma frente fria trouxe chuva acompnhada do vento sul.
Não, eu não estou de mal com a vida! A verdade é que não aprendemos ainda curtir um dia de sol em nossas praias. Somos muito mal educados ao deixar-mos pela areia, copos plásticos, bitucas de cigarro, cocos, pauzinho de picolé, embalagens de biscoitos. E não me venha com esse papo de que surfista está realmente preocupado com a preservação das nossas praias...
Enquanto não tivermos consciência, que venha o temporal...
4 comentários:
chuva com onda melhor ainda..
Aí Maurio e raça do surf dêem uma conferida no vídeozinho do QS do Santinho:
http://www.youtube.com/watch?v=2mfkh1m5UR8
http://www.youtube.com/watch?v=SoZjXrBqnow&mode=related&search=
Maurio,
Muito bom teu artigo!
Lembro de uma dessas primeiras transmissões que tu citou, quando convidaram o Neco, na época uma criança, para comentar. O mar estava completamente flat, e eu, também apenas uma criança, em casa, no centro, amarradão de estar vendo a transmissão ao vivo, e comentada por um cara da minha idade. Bons e velhos tempos que não voltam. Até gravei em VHS, mas hoje em dia não tenho mais a fita.
Concordo com a opinião sobre a relação clima e surf. E quanto à porquice nas praias, realmente somos muito mal educados, mas os turistas são milhões de vezes mais, e, em matéria de deixar lixo na areia após um dia de praia, los hermanos dão um banho!
Falou,
Gustavo Otto
Agora remember, nóis conhecemos na Antena 1. Eu e Angela, távamos nesse fólclorico Hang Loose das comédias.Qto a destruction on the beach.Its notable for humans, good friend.
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