Mais sorte que juízo...

Não parecia estar tão frio em Bells. Geralmente por lá, nessa época do ano, período pré-páscoa, o ar está gelado e a água idem. Ontem tinha um sol tímido entre nuvens em Victoria, e era esse solzinho que amenizada a temperatura. Estavam todos mais relaxados e menos encasacados.

E nesse astral, e de formato novo, a etapa vovô do circuito começou sem aqueles verdadeiros expressos tradicionalmente alinhados. As ondas em Bells estavam longe daquela formação que nos acostumamos a ver estampados nos anúncios da Rip Curl.

Liguei o computador já com o Heitor em apuros contra um Jay Thompson, um pouco mais fluido, nas volumosas direitas de 1,5m. Heitor, de back-side, foi presa fácil para o australiano, embora o confronto tenha sido marcado por poucas séries. Notei também que o nordestino surfava com uma prancha muito fina, com pouca área de bico. Acho que naquelas condições uma prancha com mais flutuação fosse fundamental. Em várias ondas, Heitor entrou de borda ao voltar das manobras, e sem conseguir surfar ondas longas, rodou de prima. Resultado: Heitor 6,60 X Jay 14,66.

Jihad estava escalado na 7º bateria contra o norte-americano Patrick Gudauskas que substitui Gabe Kling machucado. Dava pra ver que tanto o brasileiro como o gringo não conseguiam se encaixar naquelas condições de ondas massudas com volume. O mar não estava grande, mas as condições estavam bem difíceis.

O que me chamou a atenção nesse confronto foi um erro crasso, de marcação e na escolha de onda por parte do paranaense e acho que o fato passou desapercebido por grande parte dos internautas e de até quem comandava a locução(?) na transmissão pela net.

Há poucos minutos para o fim a bateria estava completamente indefinida. No outside, Jihad e Patrick aguardavam uma onda mais longa que pudesse definir o resultado. Jihad com a prioridade remou numa direita intermediária deixando as ondas vencedoras, da série, para o yankee. Nessa onda Jihad caiu na primeira manobra e deixou o caminho aberto para uma possível virada que acabou não acontecendo pois Gudauskas também caiu ao tentar extrapolar numa junção.

Sei dizer que Jihad teve mais sorte que juízo e avançou para o segundo round. Afinal o resultado é o que importa, mas as coisas podiam ter desandado nos instantes finais e o resultado ser outro. Faltando 4 minutos, Jihad arrumou outras duas ondas que lhe valeu notas 5,00 e 5,83, deixando o perdido estreante Gudauskas fora da disputa.

Fica a expectativa agora da participação do Mineiro escalado contra Drew Courtney, que no primeira fase despachou Greg Emslie.

Segunda fase do Rip Curl Pro 2009
1 C.J. Hobgood (EUA) x Mick Campbell (Aus)
2 Chris Ward (EUA) x Taylor Knox (EUA)
3 Kai Otton (Aus) x Dayyan Neve (Aus)
4 Joel Parkinson (Aus) x Michel Bourez (Tah)
5 Mick Fanning (Aus) x Tiago Pires (Por)
6 Bobby Martinez (EUA) x Tim Boal (Fra)
7 Damien Hobgood (EUA) x Jordy Smith (Afr)
8 Kelly Slater (EUA) x Owen Wright (Aus)
9 Bede Durbidge (Aus) x Adam Robertson (Aus)
10 Tom Whitaker (Aus) x Jihad Khodr (Bra)
11 Adriano de Souza (Bra) x Drew Courtney (Aus)
12 Jeremy Flores (Fra) x Kekoa Bacalso (Haw)
13: Taj Burrow (Aus) x Jay Thompson (Aus)
14 Tim Reyes (EUA) x Kieren Perrow (Aus)
15 Adrian Buchan (Aus) x Dean Morrison (Aus)
16 Fredrick Patacchia (Haw) x David Weare (Afr)

Essa quarta-feira promete…