segunda-feira, março 29

Poesia nas palavras

É um privilégio ser filho de jornalista. Hoje aposentado meu pai ocupa as horas do seu tempo em busca de dados e informações para em breve lançar o seu terceiro livro, “Os 100 Anos de Bola”, que irá contar um pouco mais da história do futebol catarinense. Crônista esportivo das antigas, de uma época sonhadora e lírica onde a "pelota" era pesada e de couro, velho Maury bebia na fonte Armando Nogueira. Ele têm poesia em cada palavra e seus textos transbordam emoção. São únicos!

Armando Nogueira, faleceu nessa manhã de segunda-feira. Referência no meio e eterna fonte de inspiração...

sábado, março 27

Alô redator!

A princípio seria na Joaca. Mas a abertura do novo circuito nacional mudou para a praia de Itamambuca (foto) no litoral norte de São Paulo. O redator vacila num dos poucos textos exibidos lá na página oficial do Brasil Surf Pro que você confere abaixo. Deve ser parente do Velho Guerreiro: veio para confundir e não para explicar...

Brasil Surf Pro é a nova Divisão Principal do Circuito Brasileiro

Premiação de 1 milhão de reais e muitas novidades para a elite do surfe nacional em 2010

Brasil Surf Pro é o novo nome da Divisão Principal da Associação Brasileira de Surf Profissional. São muitas novidades no circuito nacional mais rico do mundo, que a partir de 2010 passa a ser organizado pela Maior Esporte e produzido pela Brasil1 Esporte e Max Sports. A principal competição do surfe nacional ganhou valorização e distribuirá uma premiação recorde de 1 milhão de reais, sem contar os dois carros zerinho oferecidos aos campeões brasileiros da temporada. Os títulos serão decididos em cinco etapas nas melhores ondas das regiões Sul, Sudeste e Nordeste, com o prêmio de cada uma subindo para 200 mil reais. A estréia do Brasil Surf Pro 2010 é no início de abril em Florianópolis (SC).

Música pru's ouvidos



A onda do mar me leva…

+ Edu Krieger – Ciranda do Mundo (aqui).

sexta-feira, março 26

Tá no site da Globo

Sexta fase do WQS da Tasmânia:
1. Jordy Smith AFS, Shaun Cansdell AUS, Casey Brown HAV
2. Royden Bryson AFS, Marco Giorgi EUA, Sunny Garcia HAV
3. Alain Riou TAH, Stuart Kennedy AUS, Jayke Sharp AUS
4. Messias Félix BRA, Joel Centeio HAV, Heath Joske AUS
5. Chris Davidson AUS, Gabriel Medina BRA, Granger Larsen HAV
6. Richard Christie NZL, James Taipan Woods AUS, Sebastien Zietz HAV
7. Shaun Gossmann AUS, Davey Cathels AUS, Wiggolly Dantas BRA
8. Corey Ziems AUS, Maxime Huscenot FRA, Brandon Jackson AFS

Notícias do WQS lá da Tasmânia:
Tá no site especializado em surfe da Globo.

Marco Giorgi virou norte americano, pelo menos no portal Globo.
Só pra informar: O cabra é uruguaio e mora em Santa Catarina. (Atualizado no sábado) acabou de superar Jordy Smith nas oitavas e nas quartas pega Royden Bryson. Medina e Messias perderam. Wiggolly passou.

Rusty Test Rider

A Rusty promove no próximo dia 9 de abril, na Praia Mole, um Test Drive Rider, com os novos modelos de pranchas Rusty. Uma ação promocional que vai durar o dia inteiro. São 7 modelos da série Rusty Surfboards 2010. Tá todo mundo convidado pra pegar umas ondas e pilotar essas novas pranchas especiais (fish, quatro-quilhas, redline). Sávio Carneiro - o "surfista" brasileiro - e o Gordo, membros da equipe Rusty, participam também.

Dúvidas

O circuito mundial aporta em águas brasileiras no fim de abril. Antes disso tem Bells, o que não é novidade, todo mundo sabe. Agora, poucos conseguiram entender as mudanças da ASP quando o Tour chegar bem no meio dessa temporada. Eu recorri as informações no "DataSurfe" e ainda sim continuo com dúvidas sobre pontuação e unificação dos rankings para 2011. Se está confuso pra gente que acompanha mais de perto, imagina prum leigo.

“É impressionante a confusão na internet e na mídia impressa a respeito das mudanças no tour mundial a partir deste ano - sobram comentários equivocados e informações contraditórias em sites, blogs e até transmissões. Em parte obra da própria ASP, que se pronuncia a respeito de forma tímida, talvez porque não tenham muita certeza sobre o teor das mudanças e suas consequências.”

Espia lá.

segunda-feira, março 22

Deus salve a Lagoa!

Que perda de tempo.

Tirei a tarde desse sábado para participar da mobilização na Lagoa da Conceição contra o novo Plano Diretor proposto pela prefeitura da cidade. Esperava encontrar por lá amigos das antigas, surfistas, pescadores, velejadores, skatistas, voadores, músicos e artistas...

Aliás, esperava encontrar muito mais gente, de tudo um pouco, a malucada do centrinho, os caretas das rendeiras, os avaianos, os alvinegros. Até o querido Waldyr Agostinho, ilustre morador da Barra por lá não passou (pelo menos não vi)...

E não foi o céu carrancudo nem mesmo uma chuvinha fina que sequer molhava o asfalto que impediu a participação muito maior dos moradores, freqüentadores e apaixonados pela Lagoa em frente ao seu terminal de ônibus.

É, a Lagoa cantada em verso e prosa pelo poeta Zininho em seu Rancho de Amor a Ilha está, sabemos, abandonada faz tempo. Não há lideranças. Entidades existem aos montes. Não cabem nos dedos das mãos. Cada uma com os seus interesses. Assim, nada realmente pode andar e dar certo.

Participaram desse encontro cerca de quatrocentas pessoas... vai lá, sendo bem otimista, quinhentas. É muito pouco. Quase nada. Beira o ridículo. Que mobilização foi essa? Onde estão todos? Será que vamos esperar que as coisas piorem para nos articularmos?

Ando cansado de ouvir dos mais antigos que os bons tempos da Lagoa foram nos anos 70. Vivi na lagoa e curti os anos 80 e 90 (meu filho nasceu aqui) e nesses últimos anos tudo vem se deteriorando a passos largos. Onde estão os ilhéus, onde está o nosso povo? Não acredito que a manezada vai se manter omissa nesse delicado momento. Depois não poderemos reclamar dos políticos que ajudamos a eleger.

Vi nessa tarde cinzenta de sábado a presença dos muitos ditos ‘haoles’. Gente vinda de fora, de grandes centros já despedaçados. Essas pessoas sabem muito bem o que é viver num lugar degradado, com trânsito caótico, com roubos, vagabundagem, associadas ao lixo e as drogas. O passado não pode se repetir no presente.
..

Além de poucas pessoas, da falta de lideranças, da omissão do nosso povo e da falta de direcionamento, a sensação é que estamos sim perdidos. E quem deve estar rindo a toa de toda essa falta de interesse e articulação são os nossos governantes, os políticos, os empreiteiros e donos de construtoras. Não irá demorar muito para descermos o morro das sete curvas a caminho das praias da Joaquina, Mole, Galheta, Barra e depararmos com prédios de até seis andares por todos os lados. Aí, será tarde. Muito tarde.

Essa é uma triste realidade que está em nossa porta...

E como diz a letra da música Assoreou do Dazaranha: "Da renda faziam vestidos que a noite encantavam os sentidos. Um oceano, um mirante, um sorriso que essa ilha não pode perder."

domingo, março 21

Vai ou não vai?

O Manoa foi na 4 (video). Pra ir também é só apertar aqui. Mas lembre-se, é ladeira abaixo, e sem volta! Tenha cuidado e uma boa semana.

sábado, março 20

A Véia pegava muito!

"Carlos Felipe Rodrigues da Veiga não será lembrado enquanto a história do surfe nacional for escrita em São Paulo".

Retirado do blogue do Julio no saite da rangui luzi: leia na fonte, e aqui tbém.

sexta-feira, março 19

Diretor da Hardcore esclarece

Steven Allain, diretor editorial da HC, esclarece e repercute com os leitores do Alohapaziada sobre a capa (imagem acima) e a página 10 da nova edição da revista Hardcore que já está nas bancas. Tomei a liberdade de publicar o texto na integra.

Para se familiarizar com a estória leia antes aqui e depois os comentários aqui.

Caro DSC.
Brother não encontrei teu nome no seu blog, por isso vai a sigla mesmo. Li teu comentário no blog do Máurio e achei que seria legal responder tua questão. Aproveitei pra copiá-lo nesse email.

Tenho certeza de que você está a par do processo jornalístico e sabe que nenhum veículo que se preze vende espaço editorial, muito menos a capa. Na HARDCORE não é diferente. Isso eu te garanto, pois toda a escolha de fotos é feita pela redação. A galera do comercial (e as marcas) não sabe quem é a capa até ela sair da gráfica.

Quero deixar claro que nós da redação buscamos SEMPRE colocar um brasileiro na capa - bem como no resto da revista. Brazucas sempre tem prioridade. Mas um problema que enfrentamos é que nem sempre temos fotos boas de brasileiros. Na última edição, queríamos muito dar uma manobra pra variar das últimas edições e essa do Granger Larsen acabou emplacando.

Só para te dar um exemplo, hoje chegaram aqui dezenas de fotos insanas feitas ontem em The Box, West Austrália. Tá todo mundo lá pro WQS, mas não tem uma mísera foto de brasileiro – e ambos fotógrafos ficaram o dia todo atracados no canal. Ou seja, das dezenas de brasileiros em Margaret River, nenhum caiu no mar - já Parko, Taj, Andy e vários que você nunca ouviu falar (assim como o Granger) caíram. Então veja meu problema: agora faço o que, sacrifico altas fotos, só porque os surfistas não são brasileiros? Pra você ver o que enfrentamos diariamente.

Não podemos sacrificar qualidade editorial apenas pra botar um brasileiro. É por isso que volta e meia, quando é um fotão, acabamos publicando um gringo. Mas te garanto brother, temos tezão mesmo é de colocar os brazucas, sempre - não há nada melhor que reconhecer um dos nossos.

Gastei esses minutos aqui te explicando isso tudo pois, por um lado, fico muito chateado quando insinuam que a HC é vendida ou baba-ovo de gringo – nada podia estar mais longe da verdade. E por outro, caras antenados como você são exatamente os leitores que a gente quer atingir – por isso acredito ser válido explicar nossa posição.

Máurio, quanto a capa, está respondido. Agora fala a verdade, você não gostou de ver Matt Archbold na página 10? Nós adoramos a foto, principalmente por que era do Archie, lenda que tenho certeza inspirou você tanto quanto a mim. De qualquer maneira, repercussão e feedback são sempre positivos, por isso agradeço o de vocês.

A porta está sempre aberta pra sugestões, críticas, idéias e prosas.
Abraço e boas ondas!
Steven

Billabong é o patrocinador.

Diz o ditado que passarinho na muda não pia. É a mais absoluta verdade... Extra, extra, extra: acabo de confirmar e passo a informação em primeira mão aos amigos leitores desse humilde blogue, que a marca Billabong, que já patrocina as etapas de JBay na Africa do Sul, Teahupoo no Tahiti e o Pipeline Master no Havai, fechou contrato de patrocínio para o período de 7 anos com o promotor de eventos e responsável pela lincença da etapa brasileira do circuito mundial, Xandi Fontes (foto). A Billabong, a partir de agora, irá se juntar ao Governo do Estado de Santa Catarina e Skoll para a realização do WT 2010 na praia da Vila programado para o fim de abril e início de maio. Em breve todos os detalhes. O Alohapaziada deu antes! (reeditado às 16h40). Quem deu antes foi o ukitukize (clica e vai).

quinta-feira, março 18

Lagoa da Conceição pede socorro

O zoneamento do novo Plano Diretor elaborado pelo IPUF (órgão ligado a prefeitura) e por uma empresa argentina chamada “Fundação Cepa” é um deboche aos interesses dos moradores da Lagoa da Conceição, em Florianópolis-SC.

Nas fases iniciais da construção do chamado "Plano Diretor Participativo", a comunidade lutou e deixou claro seu desejo pelo gabarito de apenas 2 andares para as edificações construídas na região da Lagoa da Conceição, conforme regulamenta a atual lei municipal 99/2002 de autoria do ex-vereador Xandi Fontes.

O atual prefeito Dário Berger preferiu atender aos interesses da construção civil e da especulação imobiliária e levará para a votação na Câmara dos Vereadores da Capital no próximo dia 23 de março um novo Plano Diretor que permitirá a construção de edifícios de 3 andares em todo o distrito da Lagoa da Conceição e 4 andares em outras áreas e até mesmo, incríveis 6 andares em terrenos de propriedades de grandes construtoras. Além do absurdo, o prefeito pretende manchar as paisagens de um dos principais cartões postais da cidade e deixar menos protegido o meio ambiente natural da Lagoa da Conceição, pois esse novo Plano Diretor não cria nenhuma Unidade de Conservação e nem amplia os atuais Parques Municipais da Lagoa.

O novo plano não oferece mais restrições a ocupação das atuais Áreas de Preservação Limitadas – APL, localizadas em costões ainda virgens como o Canto do Gravatá (canto direito da Praia Mole). Somente a opinião pública e comunidade da Lagoa podem pressionar o prefeito e os vereadores da capital para impedir que esse absurdo saia do papel e vire lei.

Uma mobilização está sendo organizada para esse sábado, dia 20, à partir das 14hs, com uma grande passeata com saída programada em frente ao terminal de ônibus da Lagoa.

Sábado, todos lá.
E por favor, ajudem a divulgar essa mobilização.

O moleque, o apresentador e o ídolo

O que Slater, Maguila, Chiquinho Scarpa, Dedé dos Trapalhões, Lula (esse bem que deveria fazer parte do quarteto), Daniel Filho e Regininha Poltergeist – lembram dela, a loirinha do Méier, a loiraça belzebu do Fausto Fawcett – têm em comum?

Todos estão juntos – nem tão juntos assim – na nova edição da Revista Trip, que andava muito chata com matérias de dar sono, mas que nessa edição se superou pela originalidade. Uma verdadeira viagem como deve ser uma Trip.

Por falar em viagem, na matéria especial, o repórter Bruno Torturra Nogueira conta com saborosos detalhes, toda a trama e os bastidores que envolveram as filmagens realizadas pela equipe do programa Caldeirão do Huck, da Globo, para levar o moleque Naamã da favela carioca do Pavão-Pavãozinho, destaque no filme Rio Breaks até o Havai.

O menino pobre que pega onda diariamente na praia do Arpoador tinha um sonho de conhecer o Havaí e o seu ídolo Slater. Luciano Huck, que de tolo não tem nada, viu que isso dava uma bela reportagem para o seu programa. Naamã, o moleque, Huck, o apresentador e Slater, o ídolo, se encontraram no North Shore. O Brasil inteiro assistiu de camarote o desfecho dessa estória. Minha mãe me ligou emocionada. Liga a TV, bota na Globo, disse.

Confira tudo aqui.
Slater rubro-negro? Mas era o que faltava...

Já reparou?

Não sei se é pela dificuldade do idioma, pode até ser, mas ao observar sites e blogues de surfe escritos na lingua inglesa não encontrei nenhum link para blogues feitos desse lado da linha do Equador. Reparei que o único site que têm uma certa projeção é o do shaper Felipe Seibert, que aparece de forma bem tímida entre sites especializados em pranchas de surfe. Enquanto os sites e blogues portugueses, espanhóis, chilenos e peruanos, fazem uma politica de boa vizinhança e trocam links com blogues brasileiros a gringaiada menospreza geral. Os links deles aqui no Alohapaziada estão com as horas contadas. Vão cair todos...

Não há nada nem parecido

Um senhor banco de dados. Não há nada igual no mundo. Nem parecido. O blogue comandado pelo Gustavo Cabral (um dos editores da falecida Inside) que começou de forma despretensiosa com o nome de "Surfe Catarinense" segue vivo e muito forte. Informações não faltam no novo(?) Data Surfe. Quer saber quem fez a semifinal no O'neill Cold Water nas águas geladas de Steamer Lane? O resultado do Sundek Classic de 88? O que de melhor rolou no Op Pro de 85? Os festivais Olimpykus na Joaca? Os brasileirões da década de 70? Tudo e mais um pouco do Tour da ASP? Impressiona a quantidade de eventos. Uma infinidade de baterias e resultados, fonte de pesquisa pra quem quer conhecer o mundo das competições. Coisa de gringo! Aliás, se o blogue fosse editado por alguém lá dos istaites, estaria notadamente tendo destaque em tudo quanto é lugar. Até prêmio receberia, pode apostar. Mas, como é mantido por um brasileiro, manezinho do sul do país...

Zaca "RIA" s

Rapaz, hoje faz 20 anos que o cara foi embora. O tempo voa!

quarta-feira, março 17

Constatação

O que ninguém disse, pelo menos não li nada a respeito em nenhum lugar. Aliás, pouco se falou, escreveu ou se discutiu, após um rejuvenescido Taj levantar o troféu em Snapper. Eita "etapinha" pouco comentada.

Aos resultados do terceiro round:

4º bateria: Taj 12,84 X 6,67 Owen Wright
8º bateria: Mick 15,74 X 10,43 Brett Simpson
9º bateria: Joel 16,63 X 12,20 Dusty Payne
15º bateria: Kelly 15,37 X 7,56 Patrick Gudauskas

Jadson (foto) 14,46 foi páreo duro para o Mineiro 16,00 no confronto dos brasileiros da Oakley.

Antes do Quik começar, as atenções e expectativas estavam voltadas para os novatos do tour em 2010. De surpresas, alguns passaram a ser apontados como sérios candidatos ao título da etapa que abriu a temporada. Mas, uma olhada mais atenta nos resultados, nota-se que todos foram literalmente massacrados nos seus confrontos.

Alguns cairam mais cedo eliminados ainda na repescagem, caso de Blake Thornton, Tanner Gudauskas, Matt Wilkinson, Adan Melling e Marco Polo.

Daniel Ross foi quem dessa turma conseguiu chegar mais longe, derrotado nas oitavas pelo Dane Reynolds. É pouco? A constatação é a seguinte: a vida deles definitivamente não será tão fácil assim. E quem disse que a vida é fácil no Tour?

Tá tudo tão chato.

“O jornalismo de surfe é mau jornalismo. A sua pior forma. Sempre foi. Não necessita de grande técnica. Não requer muita visão. Não se compara aos níveis do mainstream profissional. Algumas matérias históricas – e artigos ambientais no The Surfers Journal e Surfer Path – demandaram pesquisa e foram bem escritos, mas na área de campeonatos já foi tudo condenado a morte, ano após ano. A culpa não é do jornalismo. Se não há nada de fresco para escrever sobre, é provável que a qualidade vá entrando em erosão ano após ano. Quantas pessoas podem escrever sobre uma mesma coisa e ainda assim mantê-la maravilhosa? Poucas. Mudanças com significado vão trazer visões com significado. Lembres-se que não posso comentar sobre o jornalismo de surfe brasileiro – apesar de poder dizer que a paixão existente no Brasil não existe noutros países.”

Está lá, na última página da HC desse mês.
Jornalista Derek Hynd responde algumas perguntas para o Júlio Adler na coluna Sopa de Tamanco.

PS. Julio, cá entre nós, mas dar a capa e a página 10 pra gringos? Pede pro Steven botar mais brasileiro na próxima edição da HC, pede.

quinta-feira, março 11

Atalaia, legalize!

Dizem as más línguas que nos anos 70 uma turma da pesada mandava prender e soltar no pico do Atalaia. Segundo alguns comentários, eles infernizavam mesmo. Tocavam o terror. E estórias não faltam; de pedras atiradas na água, de brigas, verdadeiras porradarias na areia, e até de carros que foram jogados das pedras no mar... Tudo para intimidar os atrevidos forasteiros.

Não querendo fazer aqui o papel de advogado do diabo, mas cá entre nós, existe muito folclore em todas essas estórias. Esses caras que aparecem nessa foto, tirada em 1982 eram de uma outra turma, digamos, mais gente fina.

É evidente que o localismo sempre foi muito forte no pico do Atalaia, mesmo após essa troca de guarda e da chegada de novas gerações de surfista. Hoje a coisa por lá está muito mais amena, em relação as décadas passadas, inclusive com os membros da associação local desenvolvendo uma política de boa vizinhança e organizando eventos abertos. No ano passado estive no Oakley Pro Junior e pude sentir essa mudança de ares ao trocar umas idéias com a galera local.

Pois nessa semana de março - de muita onda pelo litoral catarinense - um fato curioso aconteceu e me foi contado, as gargalhadas, por um dos protagonistas. Policial federal, surfista nas horas vagas, foi com outros amigos, também policiais surfistas, pegar umas ondas e se divertir na praia de Navegantes. Depois do surfe, já de cabeça feita, resolveram passar em Itajaí para apenas conferir as famosas esquerdas da Atalaia. “A nossa intenção era apenas ver as esquerdas quebrando, comentou..." Porém, ao estacionarem os carros, com as pranchas no rack, foram logo intimados por alguns surfistas locais.

Vocês aqui não vão surfar, bradou um. Outro, mais afoito ainda gritou: s’embora pra Ilha seus haoles, seus cuzões!

Os policiais surfistas, se entreolharam e, sem perder muito tempo, apresentaram a carteirinha da Federal. A correria foi grande. Armados, os policiais colocaram a galera, cerca de vinte pessoas, deitadas no chão e no chão mesmo, todos receberam “aquela” geral.

E a dura foi grande. No final das contas, com os ânimos menos exaltados de ambos os lados, os surfistas locais "educadamente" convidaram os surfistas policiais para surfarem no pico. Eles gentilmente agradeceram, mas não quiseram pois já estavam cansados do banho em Navegantes e afinal já era tarde, mas deixaram claro que um dia irão voltar. E vão, segundo me confidenciou, podem acreditar...

Não para de dar onda

Uma semana pra neguinho não ter do que reclamar. No domingo as ondas subiram ao longo da tarde influenciadas pela passagem de uma frente-fria de forte atividade gerada próxima a costa Sul do País. Nas praias de Garopaba e Imbituba, uma forte correnteza, e uma certa dificuldade para se manter no pico já era prenúncio de que a cobra iria mesmo fumar nos dias seguintes. Dito e feito.

Pelo menos por um dia o Hawai foi aqui.

Na segunda, o mar acordou agitado com ondas entre 3 e 4 metros. Na velha e boa Joaca, atrás do costão, esquerdas longas e manobráveis, serviram como pano de fundo para o fechamento da etapa de abertura do catarinense profissional. Algumas ondas da série eram rabiscadas pelos competidores – Gilmar Silva, o vencedor em foto do Basílio Ruy. Impossível não lembrar o lendário Hang Loose Pro Contest de 86.

Ao longo do dia os comentários eram sobre os picos alternativos. E eles estavam daquele jeito: Molhes da Barra da Lagoa, Lambe-lambe, Ponta Das Canas (mais ou menos), Forte, Pinheira (Palhoça) e Palmas (Gov Celso Ramos), foram a saída para quem estava a procura de ondas um pouco menores e uma arrebentação não tão sinistra.

Na terça, braços n’água e remada forte para escapar das séries que chegavam aos 3 metros, fácil, nas praias do lado Leste da Ilha. Joaca, Mole, Galheta proporcionavam belos momentos pra quem estava com equipamento certo. No Canto do Gravatá cinco duplas munidas de jet ski se revezavam no pico e vinham nas melhores. Praia da Vila, Silveira, Rosa Canto Sul também ofereciam boas condições para os mais tomados. Nas praias do litoral norte destaque para as direitas oceânicas na Laje do Jacque em Piçarras e as séries de até dois metrões na praia central de Balneário Camboriu.

Uma cena engraçada e outra inusitada.

A notícia de ondas tubulares do dia anterior da praia de Palmas se espalhou por toda cidade. Eram 6h30 da matina, o céu clareando e já havia mais de cinquenta surfistas n’água. Por volta das 8h já eram quase duzentos na bancada. Até Guga Kuerten apareceu por lá para dar uns drops e logo sentiu a força e o power dessa onda considerada a Puerto Escondido do litoral catarinense. Ao ser arremessado duma direita buraco, sua prancha novinha partiu-se ao meio como um graveto. Após emergir do caldo, ainda na área da arrebentação, envolto pela espuma branca da onda, Guga nos olha e do alto do seu bom humor dispara: Porra raça, “botaram” o olho!

Sabendo que o crowd iria beirar o insuportável, surfistas locais da praia de Palmas levaram foguetes e da areia intimidavam quem estivesse no outside. Nunca havia visto nada igual. O crowd dividindo cada metro cúbico de água e da areia foguetes pipocavam em direção ao outside enquanto a gritaria comia solta.

Ontem, quarta e hoje quinta-feira, o swell de sudeste/leste segue com consistência, porém as ondas já estão em declínio. A água do mar está clara e quente. Se amanhã o vento norte soprar, será hora de correr pra Guarda.

Fala baixo...

quarta-feira, março 3

Piada

Com a desistência por parte da Surf Co, leia-se Hang Loose, em patrocinar a etapa desse ano do WT na praia da Vila, Xandi Fontes, responsável pela prova, segue em negociações já bem avançadas com o grupo GSM.

Embora o tempo seja relativamente curto, já que a competição está programada para o fim do mês de abril, e bem possível que a Billabong seja a nova patrocinadora da única etapa do circuito mundial de surfe em Santa Catarina numa parceria com o Governo do Estado e Skoll.

Porém, ai porém, corre a boca pequena, em papo de beira de praia, que aquela fabriqueta de roupas de borracha situada nas colinas verdes de Garopaba acena também com a possibilidade de bater o martelo e fechar o negócio.

Há, há, há...
Essa foi boa. Agora conta a do papagaio...

terça-feira, março 2

Tudo e nada

O campeão catarinense profissional de 2010 garante automaticamente uma vaga para disputar o World Tour Brasil de 2011, caso ele seja realizado em Santa Catarina. O campeão também garante uma vaga para o Brasil Surf Pro do próximo ano, o Circuito Brasileiro de Surf Profissional, caso ele aconteça.

O texto acima é parte do "release" da Fecasurf e soa engraçado.

Em outras palavras:
Se tiver etapa do mundial na Vila em 2011 o campeão estadual tá dentro. Se tiver o Brasil Surf Pro ele também estará dentro. Se não rolar nem um nem outro. Ele está fora igual a todos os outros. Recado ao campeão estadual de 2010: Além de vencer o circuito ele vai precisar de muita reza. Ave Maria...